O MUNDO DA INFORMAÇÃO EXCESSIVA
Todas as maravilhas tecnológicas dos ultimos anos conduziram-nos a isto : temos informação de todo o Mundo instantâneamente, temos informação a toda a hora, temos informação mesmo quando não a queremos para nada.
Não contentes com tanta informação, os meios de comunicação ainda inventaram o conceito da informação-espectáculo ( o sangue, as facadas, as catástrofes ... ) e, o que foi pior, o do espectáculo-informação, como o Big Brother no Telejornal e coisas do género.
Quem se sujeitar hoje a um bloco informativo na TV fica com os olhos em bico : há que, tudo ao mesmo tempo, ouvir o locutor, ver as imagens do écran ( por vezes duas, em duas zonas do écran ) e ler umas legendas minúsculas a passar em rodapé, furiosamente ...e sem terem nada a ver com o outro assunto tratado pelo locutor.
E os jornais ? Qualquer jornal ( em especial ao fim de semana ) traz uns bons quilos de panfletos, mini-revistas, cadernos ou lá como lhes queiram chamar ... os temas tratados são variadíssimos, cultíssimos e muitíssimos.
A rádio, essa, atira notícias para o ar de hora a hora, ainda que muito repetidas.
E ainda temos as notícias via telemóvel, a Internet, os placards luminosos .... e os boatos, aos milhões, neste nosso país.
Suponho que é hoje impossível existir neste país uma só pessoa que não seja bombardeada com kilo-bocados de informação, todos os dias, por esta ou aquela via. Até aos pastores deram telemóveis !
Por isso ( e por outras coisas ) penso que esta é a SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO EXCESSIVA .
Para mim, como para milhões de pessoas, um dos problemas diários é tomar conhecimento do que de importante se passa no Mundo, fazendo uma selecção rigorosa das toneladas de informação que descarregaram em cima de nós. Essa selecção é cansativa, morosa e permanente, deixando-nos exaustos e soterrados.
Dir-se-á que é mesmo assim que deve ser, não há alternativa, já que cada publico-alvo tem o seu conjunto próprio de notícias. Ou seja, a quantidade visa responde á diversidade da procura.
Sei disso.
Mas não posso deixar de ter saudades do tempo em que tudo acontecia mais devagar e eu não ficava diariamente submerso em noticiários da TV, da Rádio, jornais, revistas, Internet e agora dos blogs.
Tenho a vaga sensação de que tinha então mais tempo para processar a informação, inter-relacionar os factos ... e ser feliz.