domingo, julho 26, 2009

A BOLSA DE MERCADORIAS ... PERDÃO, DE PROFESSORES !

O Ministério da Educação ( ME ), entre muitas outros dislates, tropelias e quase anedotas que deu à luz este ano, modificou certas regras do concurso de professores, numa fase próxima da que estamos, a que apelidou “bolsa de professores”, com o peculiar estilo elegante e que tanto amor revela pelos professores. Assim mesmo : bolsa de professores, tudo misturado, tudo ao barulho. O ano passado, o ME ainda se dava ao cuidado de dar uns dias às Escolas para pedirem os profs de que necessitavam e só então processava esses pedidos em função das preferências por Escolas declaradas pelos respectivos profs.
Este ano não : assim que uma Escola apresenta um pedido, esse pedido é imediatamente processado e é escolhido o primeiro prof da lista que indicou essa Escola nas suas preferências.
O leitor menos familiarizado com estas coisas dirá : pois então, não está certo ? Que mal tem ?
O ME afirma, em recente esclarecimento, “o procedimento de colocação assegura assim uma colocação mais rápida com respeito pelas preferências e graduação dos candidatos”.

Nada mais falso. Completa mentira. Suponham um dado prof que é o primeiro na lista ordenada. Esse prof indicou 50 Escolas para onde desejaria ser colocado, por ordem, da sua maior preferência até à menos desejada. Na 50ª posição, a sua ULTIMA preferência, indicou a Escola X.
Pois bem, por uma questão aleatória, totalmente fora do controlo dos profs e até do próprio ME, a Escola X é de facto a primeira a apresentar a necessidade de um horário do grupo do nosso prof. Conclusão : o nosso prof é imediatamente colocado ( porque é o 1º da lista ) na Escola X, que é a sua ULTIMA escolha...
No minuto seguinte, a Escola Y declara também a necessidade de um prof do mesmo grupo lectivo ... e essa Escola figura em primeiro lugar na lista de preferências do nosso prof ! Mas é tarde, o nosso prof, por um minuto, vai parar à sua ultima escolha e não à primeira !!!

É a isto que o ME chama respeito pelas preferências dos candidatos ?

Sabem qual é o meu dilema ? Ainda estou para saber se quem faz estas normas é mesmo capcioso e conseguiu finalmente reduzir os profs à categoria de mercadoria ou se, pelo contrário, é totalmente idiota e incompetente.
Que acham ?

sexta-feira, julho 24, 2009

TARDOU, MAS ARRECADOU !

Ora aí está, assim, sim ! Isto é que é um Provedor de Justiça, pá !
O homem, mal entrou no gabinete, mandou logo uma dúzia de pessoas prá rua ! Gajos afectos ao regime que sabotavam a Provedoria ? Gajos corruptos ? Gajos que estavam prá ali sem fazer nada, de mãos nas algibeiras ?
Nada disso. Parece apenas que o pessoal tinha sido indevidamente contratado, e então o senhor provedor manda-os para o desemprego e que se amanhem.
Ora tomem. É o que faz colocar certas pessoas em certos cargos. Temos a mania de ir buscar gajos com formação jurídica ou económica para certas funções, é no que dá !
O senhor Provedor de Justiça começa a sua carreira com um acto gratuito ... de injustiça.
Deixem-me fazer a mesma pergunta que ando a fazer há anos : mas estes tipos estão todos doidos ou sou eu que estou doido ?

terça-feira, julho 14, 2009

ASAE : a emulação do estilo de Sócrates

A ASAE veio outra vez a público, desta vez porque o Tribunal da Relação de Lisboa a considerou inconstitucional.
Pouco me interessa essa tomada de posição da Relação de Lisboa, porque é inoperante e pouco útil. Agora quanto à ASAE, a coisa é mais complicada ...
A ASAE é a outra face de Sócrates. A face gémea, cuja filosofia foi directa e despudoradamente copiada da do primeiro-ministro. Tal como Sócrates, a ASAE começou o seu reinado contra os portugueses. Não mandatados por eles, na procura do bem comum, mas antes emboidos de uma inexplicável raiva e de um inusitado ódio contra muitos portugueses. Quem é que acredita que a ASAE persegue objectivos de sanidade e melhoria das condições sanitárias de restaurantes e coisas do género ? Quem é tão crédulo e ignorante que olha para a postura física do director da ASAE e não percebe imediantamente outros objectivos, outras motivações, outros designios ?
Pessoalmente, rejeito a forma arrogante, despótica e autista que tanto Sócrates como a ASAE utilizaram na relação com muitos portugueses que lhes pagam o salário e que deles esperavam outras medidas. Desprezo esses resquícios tardios da omnisciência e omnipotência salazarista. Odeio essas posturas de deprezo pelos outros, sobretudo pelos mais fracos, trazidas para o palco do poder político por Sócrates e obscenamente copiadas pelo homem da ASAE.
Ainda por cima, arvorando-se ambos em “grandes” homens, coisa que, obviamente, nem um nem outro serão “jamais”, na minha opinião. E aqui é mesmo “jamais”, peço desculpa ao sr ministro das obras públicas ou equipamento social ou lá o que é.