quarta-feira, junho 30, 2010

A SELECÇÃO É IGUAL AO PAÍS

Amigos, viram ontem, com olhos calmos ?
A selecção nacional de futebol traduz fielmente o estado de espírito da nação : medo de tudo, falta de ousadia, erros de casting, ausência de um líder agregador e motivador, ausência de uma estratégia ganhadora.
Uma tristeza completa, não tanto pelo futebol, mas pela semelhança com o país. Quer acreditem ou não, quer gostem ou não, aquilo somos nós, hoje, como nação.
Desnorteados, mal conduzidos, cada um para seu lado ...

segunda-feira, junho 28, 2010

A ARROGÂNCIA E A IGNORÂNCIA ELEVADAS À CATEGORIA DE POLÍTICAS

Infelizmente, é exactamente como se lê no título.
No princípio desta infeliz viagem, a arrogância, o posso-quero-e-mando transpareciam em todos os actos deste Governo. Como se toda a lucidez e inteligência tivessem ido morar para S.Bento deixando o resto do País a navegar num imenso mar de ignorância. Eles é que sabiam, eles iriam transformar este país, através, nomeadamente, de uma tremenda inovação tecnológica. Claro que todas estas pias intenções acabaram nuns quantos Magalhães a serem vendidos na Feira da Ladra e pouco mais.
Os países não se transformam facilmente, mas sobretudo não se mudam por acção de aprendizes de feiticeiro, viu-se depois.
Agora, passada a euforia e a presunção, agora, que o fim está anunciado e o País está bem pior do que quando eles o começaram a governar, a situação é ainda mais caricata : teimosa e encarniçadamente, os ministérios teimam na asneira, de qualquer maneira, contra o tempo e o bom senso, contra tudo e todos.
Não querendo aborrecer as clientelas e amiguinhos, insiste-se em medidas tontas para baixar custos em vez de acabar com institutos e serviços camarários fantasmas, duplicações escandalosas de serviços públicos, vencimentos exageradíssimos, etc ...
Nos últimos dias, tenho assistido, entre estarrecido e incrédulo, a actuações incríveis de diversos ministérios : um decidiu fazer o pessoal pagar pelas SCUTs, mas esqueceu-se de o fazer em toda a parte, só lhes interessou o Norte. Outro, vai-se às escolinhas com menos de 21 alunos e zás, acaba-se com elas, pura e simplesmente, sem ouvir nem falar com ninguém.
Por outro lado, numa estranha, provinciana e ultrapassada utopia dos ganhos pela concentração, vá de extinguir agrupamentos de escolas ... e uni-los em super hiper agrupamentos, como se se fosse ganhar muito com isso. Uma vez mais, não há discussão do projecto, não há preparação da sua execução, não há reflexão, nada. Faz-se e pronto, esta cambada de estúpidos e ignorantes que nós somos não merece mais.

Chega, pessoal. Chega e por muitos motivos. O primeiro desses motivos é que ninguém lhes passou procuração para fazer essas coisas. Já é motivo sério e grave.
O segundo motivo, porém, é ainda pior : é que, declarada e ostensivamente, não têm capacidade nem competência para lidar com essas coisas e destrui-las assim do pé para a mão.
Chega. Larguem já o que estão a fazer, vão-se embora e deixem a outros o encargo de estudar e fazer o que deve ser feito.
Já se viu que os senhores ministros actuais não sabem lá muito bem o que andam a fazer. Aproveitem, devem estar cansados, vão de férias e ... não voltem, por favor.
Afinal, convêm não esquecer que os ministros não foram escolhidos por Deus, foram apenas eleitos por nós, muitos de nós enganados, creio eu.
Vamos escolher outros ? É que estes já atingiram manifestamente o seu nível de incompetência ...

Em tempo : das minhas palavras não se julgue que advogo ou que vejo com bons olhos a subida ao poder do inefável novo líder do PSD ... Nada disso, farto das delícias do liberalismo andamos nós todos ! Logo, a batata quente está nas mãos do PS, como não podia deixar de ser. Vejam se ainda vão a tempo de contrariar as coisas e arranjam um homem ou mulher que entenda o País e saiba construir. Convirá, para variar, que não dê assim tanta importância ao marketing e à comunicação social. Serão capazes disso ?

terça-feira, junho 15, 2010

O TEMPO ESTÁ A ESGOTAR-SE ...

É verdade, não me tem apetecido escrever. Nos últimos tempos, oiço e vejo aquilo que se passa à minha volta como se tudo tivesse que ser filtrado e depurado. Nunca, em toda a minha vida, vi e ouvi tantas mentiras, tantas deturpações e tantos "desvios" à verdade dos factos. De há uns anos para cá, a falsidade, a hipocrisia e a falta de vergonha invadiram a vida pública portuguesa. O sentimento de nojo pelo ar pestilento espalha-se à nossa volta. Este Partido Socialista, pela mão de José Sócrates, conseguiu provocar na vida política nacional esta irremediável ferida : inaugurou o paradigma de que em política não é preciso fazer nada de bom e de concreto para a população, basta afirmar abundantemente que se fez isto e aquilo e ... calar todos aqueles que disserem o contrário. De forma discreta que logo de seguida será desmentida, claro. O resto é dos livros : muita gente se cala, uns por medo puro, outros para proteger os seus interesses, outros ainda porque receiam que o PSD venha a ser um problema ainda maior que o actual PS. O que não é nada difícil, ainda por cima.
Restam os outros, os que mandam o medo às urtigas, os não comprometidos, os não alinhados, aqueles a quem cabe restituir dignidade a este País e ao exercício do poder. Como sempre.

quarta-feira, junho 09, 2010

LÍDERES, PRECISAM-SE

Desgraçadamente, é assim mesmo como estão a ler : tanto em Portugal, como no resto da Europa, nesta época difícil, NÃO temos líderes inspirados, corajosos e com visão.
Nota-se perfeitamente uma onda de histeria a invadir toda a Europa. Chefes de Governo, altos funcionários da União Europeia, líderes da oposição, vemos toda a gente de cabeça mais ou menos perdida.
Ninguém tem qualquer ideia sensata ou mesmo louca sobre o que fazer. Toda a gente se limita a copiar medidas de contenção orçamental avulsas, sem sequer parar para pensar.
Até há uns meses, a palavra de ordem era colocar dinheiro no sistema financeiro, custasse o que custasse. Até a economia retomar. Uns meses depois, e porque a especulação financeira acelerou, toda a Europa decidiu, quase sem discussão, que agora o importante era controlar os défices, a todo o custo ...
Então e a crise, já acabou ? Se não acabou, onde nos vai levar esta loucura ?
Até a controlada Alemanha, por norma tão contida e reflectida, se apressou a baixar salários e a reter subsídios de Natal. Na Europa, acho que só a França tem escapado a este zelo doido no acerto das contas públicas.
Histeria, chamei-lhe eu, mas um prémio Nobel da Economia chamou-lhe recentemente masoquismo. O masoquismo europeu, que ele receia venha a afectar também os EUA.
Mas não é só na Europa que toda a gente parece de cabeça meio perdida. Nos EUA todas as vozes que sempre viram com maus olhos o euro aproveitam para clamar que o euro está condenado e que vai ser uma catástrofe do caraças.
Uma verdade está a vir ao de cima, singela e poderosa na sua clareza : a Europa, tal como tem sido estruturada, é um enorme bluff, um gigantesco castelo de cartas. É apenas uma gigantesca e ruinosa burocracia que não sabe para onde se virar, nestes dias. São milhares de funcionários, pagos a peso de oiro, com as mãos na cabeça. Mas estão a ver os líderes europeus conscientes desta verdade e a pensar o que deve ser feito ? Qual quê, é mais fácil aproveitar a maré e ir cortando em salários e regalias sociais dos trabalhadores, sempre se aproveita algo da crise, não é ?
Já notaram a insistência, por exemplo, com que em Portugal aparecem senhores bem vestidos e de ar competente a clamar por uma redução generalizada de salários ? Já pensaram porque raio é que quando há uma crise o remédio é sempre esse ? Já os ouviram, uma só vez que fosse, falar nas outras componentes que influenciam a produtividade e competitividade das nossas empresas ? Investimentos em equipamentos, organização, novas tecnologias ? Nãoooooooooo, isso dá muito trabalho, e obriga os "amigos" a investir e a arriscar, é mais fácil baixar salários e meter "a la poche" o diferencial daí resultante ! E se isso conduzisse a um aumento de exportações, por exemplo, ainda bem, mais uns eurozitos para engrossar a colheita anterior.
Amigos, digo-vos com toda a sinceridade : todos estes líderes políticos me metem nojo. E raiva. E desespero.
Infelizmente, já não somos só nós, portugueses, a não ir longe.
Toda a Europa está parada, em desalento, à procura de alguém providencial e salvador. Por mim, que não sou nada disso, apenas digo à Europa : não vão por esse caminho, é um erro gigantesco. Façam o oposto, ousem tomar medidas de incentivo à economia e ao consumo, aguentem enquanto puderem os défices internos e externos e dêem confiança às pessoas.
Então, de repente, toda a gente se esqueceu que, afinal, toda a economia assenta num jogo de expectativas ?

quarta-feira, junho 02, 2010

O PRETENSIOSISMO DOS PSEUDO SALVADORES DA PÁTRIA

Hoje apetece-me falar-lhes sobre um fenómeno social que me intriga e também me irrita um pouco.
Fazem-me cócegas na inteligência as pessoas que se colocam nos bicos dos pés. Aquelas pessoas que, desprovidas de um mínimo de sentido de autocrítica e senhoras de um ego enorme ( e despropositado ) se julgam perfeitamente aptas a desempenhar altas funções de Estado ou outras. A maior parte das vezes, esta gente será apenas sofrível ou mesmo medíocre nessas funções, como a prática mostra abundantemente mais tarde. Infelizmente, só percebemos bem isso quando o mal está feito e muito tempo está já perdido.
Querem saber em quem penso quando digo estas palavras ? Em pessoas como Sócrates, Fernando Nobre, Santana Lopes, Manuel Alegre, Passos Coelho e tantos outros. Há-os de dois tipos fundamentais : os salvadores "profissionais" e os "iluminados" repentinos. Uns nunca aprenderam a fazer nada na vida para além da sua missão de salvadores da Pátria ; os outros baralham as coisas e pensam que a presidência é uma espécie de medicina missionária para os males da política.
Sinto que muitos de vós se encolhem, quando digo isto, e pensam que endoideci.
Garanto-vos que estou na plena posse das minhas faculdades. E que estas chegam perfeitamente para saber porque digo o que digo.
Tenho um conceito muito "sério" do que deve ser o serviço público, a este nível. Deve ser algo a que apenas se devem candidatar pessoas que tenham algo de novo e útil a oferecer à comunidade. Estas funções não podem ser olhadas como formas de progressão pessoal ou de conquista de notoriedade.
Na minha opinião, é isso que tem acontecido. Estas pessoas não têm nem imaginação nem capacidade de motivação geral e sobretudo não têm a mais pequena ideia do que deve ser feito para arrancar Portugal deste marasmo. Falam, falam, mais nada. Seria natural, perante as lacunas e dificuldades do nosso desenvolvimento, que as pessoas fossem modestas e reconhecessem que não sabem o que há-de ser feito. O quê ? Não sabem, eles, os supremos arquitectos do país ? Claro que sabem, dizem eles. E depois ... é o que se vê. Atolam-se, perdem-se, não sabem para que lado se hão-de virar. Sabem que mais ? Assim também eu, acreditem. Seria difícil qualquer um de nós fazer pior que isto, nos últimos ( muitos ) anos.
Olhem bem à vossa volta, reflictam nos currículos dessas pessoas, analisem o que aconteceu de bom ou de mau graças a eles, e depois tentem perceber porque raio é que o país nunca vai a lado nenhum.
Se entenderem bem os porquês, verão que, tal como eu, pensarão : mas que raio tem Manuel Alegre ou Fernando Nobre a oferecer aos portugueses ? Ou Passos Coelho ? Ou Sócrates ? Ou ... Cavaco, já agora ?
Não temos gente melhor que estes ?
Não acredito.