segunda-feira, janeiro 24, 2011

TUDO COMO DANTES, QUARTEL-GENERAL EM ABRANTES

Vá. Vá lá.
Vamos ser sinceros e abertos.
Deixemos de lado hipocrisias, frases de circunstância e atitudes politicamente correctas.
Por uma vez, digamos mesmo o que pensamos.
Estas eleições foram ou não uma total perda de tempo e uma tristeza ética e política ?

Já se conhecia o vencedor, antecipadamente.
Se do anterior não se conhecia muito bem o pensamento político de muitos candidatos, depois da campanha ficámos na mesma.
Os discursos finais dos candidatos roçaram o non-sense, a loucura mansa, a raivinha surda, a vingança ...
Houve quem proclamasse vitória com 14% dos votos.
Houve quem se vangloriasse que o povo, ao votar maioritariamente nele, tinha dado resposta às dúvidas sobre as relações perigosas do candidato com gente pouco recomendável do seu partido
Ou seja, como Fátima Felgueiras e Isaltino, a absolvição moral e ética através do voto.
Não há esperança, malta. Não há esperança nenhuma.
Como é que vamos caminhar para algum futuro, com gente do passado ?
Onde estão as perspectivas de mudança ?
Foi quase como se tivéssemos de novo escolhido Vitor Constâncio para o Banco de Portugal.
Só falta sabem o quê ?
Que o PS saia do poder e que vários dos seus membros influentes resolvam criar um banco, o BPN II.
Já nada me conseguirá admirar neste País de Maravilhas.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

OS RESTOS DA DEMOCRACIA

Há 35 anos que nos andam a pedir que votemos. E nós votamos. Nestes e naqueles. Para a Presidência da República, para a Assembleia, para as Autarquias, para os clubes de futebol, para o condomínio, para as ordens profissionais, até para concursos televisivos. Nada se faz sem a adequada votação. E nós, obedientes, votamos. Dizem-nos : não fique em casa, participe, interesse-se, vá votar. E nós, emocionados, vamos. Sentimo-nos importantes, sentimo-nos ouvidos, sentimos que fazemos alguma coisa pelo nosso futuro.
Mas, amigos ... ( há sempre um mas, não há ? ), o que significa, no fundo, votar ? Trata-se de escolher, na essência, não é mesmo ? Escolher quem ? De quem gostamos ? Aquele que pensamos ser o melhor ? Melhor para nós ou melhor para todos ?
E depois, porque raio é que só posso escolher entre aqueles que me indicam numa lista ?
E lá vem a pergunta que vale 10 milhões de Euros : e quem é que escolheu aqueles que estão na lista ? Hem ? Não fomos nós, pois não ?
Dir-nos-ão : e como é que querias que fosse ? Seria impraticável, temos que primeiro formar partidos, depois cada partido escolhe os seus representantes e por aí adiante. Bom, está bem, então e depois que raio vêm pedir às pessoas ? Que ratifiquem as escolhas deles ? Eu, que nada tive a ver com a escolha do Sócrates, ou do Passos Coelhos, ou do Louçã, ou do Paulo Portas, agora vêm pedir-me que indique de qual deles gosto mais ? Interessante esquema este.
Dizem-nos também : bem, nós não votamos apenas em pessoas, votamos em programas, em coisas que eles prometem que vão ou não vão fazer ...
Palavra ? A sério ? Ainda alguém acreditará nessa balela ? Pelo menos em Portugal essa ideia está totalmente desacreditada, os eleitos NUNCA fazem aquilo que prometeram. Frequentemente, até fazem o oposto do que prometeram. E daí ? Pagam multa ? Os eleitores não gostam da gracinha e nunca mais votam neles ? Tá bem, tá, nada disso, é como se os eleitores tivessem todos perdido a memória, continuam a achar muita piadinha aos seus preferidos.
Por último : os nossos votos garantem um resultado final de qualidade ? Hummm, acho que vos leio a mente .... “nem por isso, nem por isso ...”. Pois é, a verdade é que também nunca ninguém disse que a democracia assegurava a qualidade das pessoas eleitas. Em qualquer grupo de pessoas, aquele ou aqueles que reunem a preferência dos demais para fazer algo quase nunca são os melhores para essa função. Com muita frequência, os melhores escondem-se, não querem chatices, ou não podem competir com o “paleio” ou o “marketing” dos “profissionais” ou não têm o apoio que aqueles têm por detrás. A democracia apenas assegura que a mediocridade final resultante foi escolhida pelo maior numero de pessoas. É assim uma espécie de máquina de legitimação de soluções sem qualidade ou mesmo completamente más. Ou então soluções que são boas ... mas não para todos os eleitores, só para muito poucos.
E cada vez é mais assim, à medida que as pré-escolhas antes das escolhas dos eleitores são cada vez mais influenciadas pela grande finança ou por grupos empresariais poderosos. Ou por lóbis ( que gaita, já nem sei escrever português ). Ou por isto ou aquilo. Se acham que exagero, olhem para os actuais políticos na Europa e interroguem-se como é que raio Berlusconi, Sarkosy ou a senhora Merkel chegaram onde estão.
Onde é que eu quero chegar ? É fácil, não quero chegar a lado nenhum. Apenas quero declarar alto e bom som que estou farto de votar e de não ver nada de bom em troca, mesmo quando ganham aqueles em que votei. Acho que a nossa democracia cheira mal. Tresanda, mesmo. E também acho que cada vez mais portugueses sentem esse cheiro. Ou é apenas desejo meu ?
O que é chato é que não tenho alternativas a apresentar e não gosto nada de ditaduras nem de iluminados. Mas que querem ? A nossa democracia não nos está sempre a impingir iluminados ? Agora mesmo temos dois, co’os diabos ! E tudo indica que vamos continuar com eles, não é ? Que m*, pá !

quinta-feira, janeiro 20, 2011

AMOR EM TEMPO DE CRISE

Ontem recebi aqui uma sugestão para abordar o tema “Amor em tempo de crise”. Achei piada, embora não esteja nada qualificado para falar de amor, e nem sequer saiba ( espero formar uma ideia à medida que escrevo ) o que será o amor em tempo de crise.
Para falar de amor, exige-se que a pessoa saiba sentir o amor. É preciso acreditar no amor e eu já não acredito. Acredito naquele amor simples e genético, de uma mãe pelos seus filhos, por exemplo. Acredito ( ainda ) na amizade. Pouco mais.
Bem, também não faz mal, estou bem acompanhado, em Portugal quase ninguém está qualificado para fazer bem o que faz. Do Presidente da República ao Presidente do Sporting.
Na minha concepção, amar obriga a ser altruísta, a olhar mais para os interesses do outro do que para os seus próprios. Obriga ao despojamento, à renúncia, à abnegação. Uma colecção completa de conceitos moribundos na sociedade moderna. E, se assim é, como acreditar no amor ?
Amor em tempo de crise ... do Amor, portanto. O interesseirismo, o carreirismo, o oportunismo, todas estas corrupções afastam e inviabilizam o amor, obviamente. Pelo menos o amor puro, clássico, romântico. Claro que ficam os arroubos do sexo, as delícias da conquista. Mas isso é amor ?
Eu sei, quem me sugeriu falar de amor em vez de política, não era isto que pretendia. Tinha esperança de me “adoçar” a alma e de me fazer esquecer estas trapalhadas todas.
Mas a verdade é que toda a sem-vergonhice reinante, a falta de escrúpulos e dos grandes princípios inviabilizam o Amor e fazem desse sentimento uma reles amostra do que já foi, em épocas passadas.
Hoje, amor, é algo em que Berlusconi deve ser especialista. Perguntem-lhe a ele como encara o amor em tempo de crise, eu já mostrei nada saber disso.

terça-feira, janeiro 18, 2011

EUFEMISMOS

Sócrates anda pelo ABU-DABI e outros Emiratos Árabes a vender dívida pública, dizem os nossos jornais. Vender ??
Eufemismos, Sócrates não anda a vender coisa nenhuma, anda é a pedir dinheiro emprestado. A juros altíssimos, ainda por cima.

Sócrates não desiste, continua a lutar denodadamente para conseguir impedir a entrada do FMI em Portugal. Sabem, parecem aqueles minutos finais da selecção portuguesa de futebol, quando tenta desesperadamente aquilo que não conseguiu – e nem sequer tentou muito – nos 80 minutos anteriores do jogo.
Eufemismos, Sócrates anda é a ver se arranja argumentos para não ser obrigado a largar o poder.

A campanha para as presidenciais é uma tristeza, pobrezinha, nenhum candidato diz nada de jeito, nenhum tem um programa de actuação.
Eufemismo, não é esta campanha que é pobre, pobres são a grande maioria dos actuais políticos portugueses. Que querem que eles digam ? Quando a coisa se resume a Cavaco e a Alegre, como políticos, estamos conversados. Pobre é o país em quase tudo, dos políticos aos empresários, dos partidos aos seus militantes.

Nada de eufemismos, somos um país de especialistas no falhanço e na golpaça. E, mesmo assim, até as golpadas são descobertas, caraças. Embora não sejam punidas, pelo menos ficam a nú, o que não abona muito quanto à inteligência dos seus autores. Nem no suborno e no enriquecimento ilícito somos bons.

Se calhar, até as coisas que disse atrás são eufemismos : o que nós somos mesmo é visceral e irremediavelmente incompetentes, incultos, presumidos e aldrabões.
Como dizia um amigo meu há uns anos “... e não se pode mudar o povo todo, todo mesmo ?” ...
O IMPÉRIO DA OBSCURIDADE E DA GANÂNCIA

Este país onde nascemos, e que em tempos pensámos ter ajudado a melhorar, está transformado num verdadeiro império da ganância e da obscuridade, um salve-se quem puder, a ver quem saca mais e mais mente ou esconde dos portugueses.
A sério, não haverá força, ninguém está disposto a dar um pontapé no rabo destes senhores todos ? Eu, do alto dos meus 60 e tais, declaro que estou disponível. Hoje, de preferência, em vez de ser amanhã.
Para além de tudo o que já se sabe, esta dos preços actuais da gasolina é um espanto. O preço dos combustíveis atingiu o máximo de sempre, um litro de 95 custa agora mais de um euro e meio !!! E agora vejam : o barril de petróleo custa agora 100 dólares ( mais coisa menos coisa ), enquanto que no pico de 2008 chegava quase aos 150 !! Pois não é que agora ( 100 contra 150 de então ) os preços nas bombas estão mais altos que em 2008 ?? Hem ?
O governo, distraído como anda a ver se arranja mais alguém para lhe comprar a dívida do país, nem parece dar-se conta deste autêntico roubo. Estas empresas, com a GALP à cabeça, perderam todo o bom senso e comedimento e descobriram que podem pedir o que quiserem pela gasolina, ninguém os vai chatear...
Ainda por cima, andamos nós a pagar salários chorudíssimos a tipos do género "alta autoridade" para isto e para aquilo, entre as quais a da concorrência. E a outros, aos valentões da ASAE, sempre tão encarniçados contra lojistas e vendedores de bolas de berlim. Nestas coisas dos poderosos não se metem, não é ? Pode ser que ainda venham a conseguir um bom tacho numa dessas empresas, não é ?
Bom, estou farto de escrever e de falar. Acho que temos que passar à acção, fazer qualquer coisa. Aceito sugestões.
E essa qualquer coisa não é, de facto, votar em Cavaco para a presidência. Faça o senhor as caras compungidas que quiser, proteste ou não a sua indignação, acho é que ele é que tem de nascer outra vez para eu acreditar na pureza e isenção dele. Aquela da moradia em terrenos e mesmo ao pé dos seus ilustres amigos do BPN foi a gota de água. Sabem o que me apetece dizer ? Senhor Aníbal Cavaco Silva, quem quer dar de si uma imagem de honestidade e isenção a toda a prova, não pode estar envolvido em coisas dessas como as acções da SLN e agora a da moradia. Nem ter amigos desses, embora possam dar jeito, reconheço.
Tenha paciência, mas é assim como digo. Para isso, já cá tínhamos um especialista dessas "confusões". Chama-se José Sócrates de Sousa.

sexta-feira, janeiro 14, 2011

ASSALTO NA VIDA PÚBLICA

Esta notícia do “Público” de hoje dá que pensar. O aumento dos juros da dívida pública portuguesa, este ano, leva totalmente a poupança que o Estado vai fazer ao cortar 5% em média no vencimento dos funcionários públicos e do sector empresarial do Estado... Ou seja, os sacrifícios que nos vão impor servem apenas para pagar o aumento dos juros da dívida pública.
Notável. Simplesmente maquiavélico.
Descodifiquemos.
Primeiro, essa "maltinha" a que chamam mercado e que não passam de uns cachopos milionários que exploram na bolsa as fragilidades destes países, são os beneficiários directos e únicos dos cortes nos nossos vencimentos. Em linguagem ainda mais corrente, são esses parasitas que nos estão a roubar directamente os salários. Chamam a isto liberdade dos mercados, livre iniciativa e outras tretas, mas não passam de roubos. Continuam a fazer livremente o que andavam a fazer quando do "crash" e ninguém parece preocupar-se com isso. Liberalismo financeiro igual a meter a mão nos vossos ( nossos ) bolsos. Pura e simplesmente.

Segundo, existem responsáveis pelas nossas fragilidades orçamentais. Ou não existem ? Não fui eu que as provoquei, nem decerto o leitor destas palavras azedas. Viremo-nos para os MILHARES de boys, para o saque autêntico de que eu falava no ultimo texto. Viremo-nos para os partidos, para toda essa gente bem na vida à nossa custa e perguntemos-lhes, de vez, o que andam a fazer com o nosso dinheiro. Exijamos a essa gente que tenha VERGONHA do que nos anda a fazer. Exijamos RESPEITO. RIGOR. CUIDADO NOS GASTOS. COMEDIMENTO.
Passemos a exigir sensatez, mais não é preciso, nos orçamentos do Estado. De uma vez por todas, exijamos o desmantelamento de todas as sedes dos gangs que atacaram o aparelho do Estado, ou seja, dos institutos, sociedades autárquicas, fundações, etc ...

Acham que sou obcecado por estas questões ? Óh malta, mas então havemos de nos calar e sorrir enquanto nos estão a roubar ? Estamos condenados a isto ?

segunda-feira, janeiro 10, 2011

O MISTÉRIO INSONDÁVEL DA COMPETÊNCIA DOS GESTORES DO ESTADO

Quando olhamos para Portugal em 2011, há realidades que custam a engolir. Muito, mesmo.
Uma delas é o nível completamente irreal de muitos vencimentos em institutos, fundações e empresas do sector público empresarial, incluindo a RTP que todos nós pagamos. Irreal, insisto. Totalmente desfasados do País. Estupidamente elevados. Vinte ou trinta mil euros por mês, ou sessenta mil ou mesmo cento e vinte e tal mil, como no caso da RTP. Digam-me, amigos, como foi possível o Governo ter permitido estes vencimentos de escândalo ?
Outra realidade de digestão complicada é a proliferação de empresas, fundações, institutos, estruturas de missão e sei lá que mais, como pretexto para lançar mão àqueles salários. Existem dezenas de milhares delas, é quase impossível andarmos por uma qualquer rua de uma cidade do país sem tropeçarmos numa ou duas dessas imprescindíveis estruturas.
Juntem estas duas realidades e temos o quê ? Não hesitemos, doa a quem doer, sem vergonha e sem cobardia, o que aconteceu nestes últimos anos foi um ASSALTO DELIBERADO, PREMEDITADO E BEM PLANEADO AO DINHEIRO DE TODOS NÓS.
De facto, uma classe média ligada aos partidos do poder, sob o insuspeito e santificado manto da política, apropriou-se do Estado e praticou – e continua a praticar – o mais completo saque à riqueza pública de que tenho memória. Com uma impunidade total. Perante o silêncio cúmplice e comprometido do Governo, Presidência da República e Assembleia da República. E, obviamente, dos partidos políticos do poder , de onde saíram todos estes saqueadores. Toda a gente sabe mas todos fingem desconhecer. Convêm não irritar e espantar clientelas. Convêm também garantir o futuro. Deles, claro.
Quanto a nós, amigos, quanto ao nosso futuro, não tenham ilusões. Estamos aqui para servir e ajudar os senhores, não se esqueçam. Contem com mais impostos e cortes nos vencimentos e pensões.
Os abutres, em Portugal, viajam de executiva, bebem champagne com medalhões de lagosta e aumentam-se uns aos outros até ao infinito ...
Ah, já me esquecia : tudo isto porque esses senhores são MUITO COMPETENTES e podiam não querer trabalhar para o Estado, se não fosse assim.
Pois. Compreendo.
Só me falta perceber é porque é que todas essas empresas públicas e institutos e fundações está na falência técnica, com esses gestores TÃO COMPETENTES e BEM PAGOS.
Mistérios ...

sexta-feira, janeiro 07, 2011

MAS QUE GRANDE CHATICE, ESTA PRÓXIMA ELEIÇÃO !

Não sei em quem irei votar para Presidente. Como em muitas ocasiões anteriores, só sei em quem NÃO irei votar. Que chatice, não gosto de votos em branco e também não gosto de abstenções.
Vejamos : Cavaco, já mostrou que não serve ; fica calado quando deve falar ou agir, tem a mania dos tabus quando as coisas não lhe agradam. E depois, sempre o achei muito convencido, como se estivesse permanentemente a ensinar os portugueses a ser virtuosos. Embora talvez agora desista um pouco dessa cruzada, depois de se saber do lucro astronómico nas acçõezitas. Tudo dentro da maior legalidade e respeito pelas instituições, já se sabe.
M. Alegre, admiro-o como poeta, respeito o seu passado de luta contra Salazar e Caetano, mas no fundo ... é um diletante meio aristocrata, sem perseverança para o trabalho diário, sem paciência para a vida estuporada que é a de Presidente da República. Talvez lhe conviesse mais o lugar de Ministro da Caça e das Pescas, agora que já quase não há nem uma coisa nem outra. E dos apalpões às criadas, como ele próprio conta de si em livro ( quando era jovem, note-se ). Ia-se fartar em três tempos de ser presidente !
O médico, esse então pasma-me : como é que aquele senhor se sente em condições de ser presidente ? Sinto-me sempre como se tivéssemos tido um enorme desastre natural e ele andasse por aí a organizar as coisas e a tratar dos feridos. Que raio, não estamos de facto nada bem, é verdade, mas ainda não precisamos dos Médicos sem Fronteiras , pois não ?
Quanto aos outros, por mais respeito que me mereçam, jogam noutro campeonato. Não será por culpa própria, mas a ausência de imagem é a morte do artista. Nestes tempos do império da imagem e da comunicação social, as eleições deste tipo são um jogo totalmente viciado à partida. Não queremos um Presidente, queremos mais uma superstar que dê garantias de não interromper nem prejudicar o espectáculo.
Conclusão ? Bem ... a conclusão é que iremos aturar o senhor com cara-de-pau-santo mais cinco longos anos ! Não estou certo que daí venha um grande mal para a democracia nacional, para falar verdade, mas já estou farto do sr. Aníbal Cavaco Silva. Essa é a verdade. Mas que porra ( perdoem-me o meu francês, como dizem os americanos nestas alturas dos palavrões ) mas então não há mais ninguém neste país para este cargo ? Só economistas virtuosos com ar de quem sofre de angústias nocturnas, poetas aristocratas que prefeririam de longe ir à pesca ao robalo e médicos de catástrofes armados em salvadores da Pátria ?
Mas que ganda grupo de candidatos, malta ! Já tão a topar o meu problema ?

terça-feira, janeiro 04, 2011

CAVACO SILVA, O MEIO-CAMPO SEM RASGO NEM IMAGINAÇÃO ...

Não. Recuso-me a afixar, aqui ao lado, a foto de Cavaco Silva. Eu nem a minha cá afixei, para não desfear as crónicas, quanto mais colocar a dele, que é tão feio como eu. Pelo menos.
Hoje, é sobre ele que gostaria de lhes falar. O senhor é impressionante, tem mesmo megalomania galopante. Ou muito pouca memória. Mas este senhor Cavaco que anda aí na campanha para a Presidência não é a mesma pessoa que ...??
Então não é que este senhor anda por aí fora a dar conselhos a torto e a direito, a dizer como é que as coisas deviam ser feitas, como é que podemos ter confiança nele, que vai resolver isto e aquilo ? Mas então não é a mesma pessoa que já anda naquela vida há mais de quinze anos, como primeiro ministro e presidente da república, com os resultados que todos conhecemos ??? Mas então querem ver que o homem renasceu e não tem responsabilidade nenhuma nos ultimos anos e agora é que vai ser a sério ?? Não consigo perceber esta dicotomia. Cavaco candidato e o outro Cavaco que nunca conseguiu ajudar o País em nada. Pelo menos que a minha memória tivesse retido. Mas então não vimos já todos que dali não vem nada de extraordinário, nem sequer de medianamente bom para o País ? Que raio de falta de memória, ou de “lata”, é preciso alguém ter para se apresentar ao eleitorado outra vez ?
É bem verdade, todos nós temos de nós próprios uma ideia lisonjeira, não é ? Só que eu, por exemplo, não ando por aí a chatear e a frustrar os portugueses com a minha mediania e a minha provável incompetência nas funções de primeiro-ministro ou presidente da república. Sou suficientemente lúcido para saber que não teria soluções milagrosas a apresentar às pessoas. Mas então porque raio é que certas pessoas, absolutamente vulgares e despidas de grandes ideias ou projectos pensam em si mesmas como predestinadas para estes vôos ? Porque carga de água se julgam capazes de fazer algo de jeito agora, quando não o fizeram nos últimos quinze anos ? Porque não deixam outros tentar e ver se fazem melhor que ele ? É Portugal que os move ou é o seu desmedido ( e incompreensível ) ego ?
É verdadeiramente kafkiano, isto. E ainda por cima, ao que parece, merece a preferência de uma grande maioria dos eleitores ... Bonito ! Ao que nós chegámos : estamos tão pobrezinhos de bons políticos que já nos contentamos em escolher pessoas que, se fossem futebolistas, nem ao Sporting interessariam ... ( eh eh eh, deixem lá passar esta pequena malvadez feita aos sportinguistas ! )