segunda-feira, janeiro 10, 2011

O MISTÉRIO INSONDÁVEL DA COMPETÊNCIA DOS GESTORES DO ESTADO

Quando olhamos para Portugal em 2011, há realidades que custam a engolir. Muito, mesmo.
Uma delas é o nível completamente irreal de muitos vencimentos em institutos, fundações e empresas do sector público empresarial, incluindo a RTP que todos nós pagamos. Irreal, insisto. Totalmente desfasados do País. Estupidamente elevados. Vinte ou trinta mil euros por mês, ou sessenta mil ou mesmo cento e vinte e tal mil, como no caso da RTP. Digam-me, amigos, como foi possível o Governo ter permitido estes vencimentos de escândalo ?
Outra realidade de digestão complicada é a proliferação de empresas, fundações, institutos, estruturas de missão e sei lá que mais, como pretexto para lançar mão àqueles salários. Existem dezenas de milhares delas, é quase impossível andarmos por uma qualquer rua de uma cidade do país sem tropeçarmos numa ou duas dessas imprescindíveis estruturas.
Juntem estas duas realidades e temos o quê ? Não hesitemos, doa a quem doer, sem vergonha e sem cobardia, o que aconteceu nestes últimos anos foi um ASSALTO DELIBERADO, PREMEDITADO E BEM PLANEADO AO DINHEIRO DE TODOS NÓS.
De facto, uma classe média ligada aos partidos do poder, sob o insuspeito e santificado manto da política, apropriou-se do Estado e praticou – e continua a praticar – o mais completo saque à riqueza pública de que tenho memória. Com uma impunidade total. Perante o silêncio cúmplice e comprometido do Governo, Presidência da República e Assembleia da República. E, obviamente, dos partidos políticos do poder , de onde saíram todos estes saqueadores. Toda a gente sabe mas todos fingem desconhecer. Convêm não irritar e espantar clientelas. Convêm também garantir o futuro. Deles, claro.
Quanto a nós, amigos, quanto ao nosso futuro, não tenham ilusões. Estamos aqui para servir e ajudar os senhores, não se esqueçam. Contem com mais impostos e cortes nos vencimentos e pensões.
Os abutres, em Portugal, viajam de executiva, bebem champagne com medalhões de lagosta e aumentam-se uns aos outros até ao infinito ...
Ah, já me esquecia : tudo isto porque esses senhores são MUITO COMPETENTES e podiam não querer trabalhar para o Estado, se não fosse assim.
Pois. Compreendo.
Só me falta perceber é porque é que todas essas empresas públicas e institutos e fundações está na falência técnica, com esses gestores TÃO COMPETENTES e BEM PAGOS.
Mistérios ...

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