AMOR EM TEMPO DE CRISE
Ontem recebi aqui uma sugestão para abordar o tema “Amor em tempo de crise”. Achei piada, embora não esteja nada qualificado para falar de amor, e nem sequer saiba ( espero formar uma ideia à medida que escrevo ) o que será o amor em tempo de crise.
Para falar de amor, exige-se que a pessoa saiba sentir o amor. É preciso acreditar no amor e eu já não acredito. Acredito naquele amor simples e genético, de uma mãe pelos seus filhos, por exemplo. Acredito ( ainda ) na amizade. Pouco mais.
Bem, também não faz mal, estou bem acompanhado, em Portugal quase ninguém está qualificado para fazer bem o que faz. Do Presidente da República ao Presidente do Sporting.
Na minha concepção, amar obriga a ser altruísta, a olhar mais para os interesses do outro do que para os seus próprios. Obriga ao despojamento, à renúncia, à abnegação. Uma colecção completa de conceitos moribundos na sociedade moderna. E, se assim é, como acreditar no amor ?
Amor em tempo de crise ... do Amor, portanto. O interesseirismo, o carreirismo, o oportunismo, todas estas corrupções afastam e inviabilizam o amor, obviamente. Pelo menos o amor puro, clássico, romântico. Claro que ficam os arroubos do sexo, as delícias da conquista. Mas isso é amor ?
Eu sei, quem me sugeriu falar de amor em vez de política, não era isto que pretendia. Tinha esperança de me “adoçar” a alma e de me fazer esquecer estas trapalhadas todas.
Mas a verdade é que toda a sem-vergonhice reinante, a falta de escrúpulos e dos grandes princípios inviabilizam o Amor e fazem desse sentimento uma reles amostra do que já foi, em épocas passadas.
Hoje, amor, é algo em que Berlusconi deve ser especialista. Perguntem-lhe a ele como encara o amor em tempo de crise, eu já mostrei nada saber disso.
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