domingo, novembro 09, 2003

OS DOMINGOS SÃO TÃO CHATOS ...
Sempre achei os Domingos dias particularmente tristes e depressivos. O fim do fim de semana. O pré-início de nova semana de esforço e desenraizamento. O ter de regressar. Tornar a enfrentar os desafios e as dificuldades.
Acordava – refiro-me a uma época passada da minha vida - muito mal disposto e nada me alegrava, durante todo o dia. Embirrava com toda a gente. Ficava particularmente chateado à tarde, quando me metia num combóio para regressar a Lisboa, cidade onde estudava mas à qual não me ligavam laços de especial amizade. Ainda hoje sinto aquela infelicidade tremenda com que olhava pela janela e via desfilar, ao fim da tarde, a lezíria ribatejana, troços cinzento claro do Tejo, pequenos apeadeiros e também a minha própria vida.
Escolhia sempre o lado esquerdo da carruagem, sentia-me menos infeliz com a paisagem desse lado, mais perto do Tejo.
Muito tempo depois, ainda conservo resquícios desse mal-estar em relação aos Domingos. Já não tenho de regressar a lado nenhum, mas continuo a sentir-me triste. Parecem-me soturnas as pessoas que vejo na rua. Sinto mais aos Domingos a falta de muita coisa, de muita gente. É também aos Domingos que o balanço da minha vida me parece mais em déficit, mesmo com os esforços da Drª Manuela Ferreira Leite.
Enfim... continuo a não gostar dos Domingos.

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