quarta-feira, março 31, 2010

O ROCK'N ROLL
Foi em 1955, tinha eu 12 anos, que este senhor, Bill Haley de seu nome, e a sua banda, "The Comets", apareceram no show de televisão do célebre Ed Sullivan, nos EUA, com a canção que estão a ouvir.
Começava o reinado do rock'n roll, que iria durar décadas. Só depois surgiriam outros nomes como Elvis Presley, que se viriam a tornar lendas. O rock'n roll não foi apenas mais um estilo musical que apareceu. Foi uma forma de sentir a realidade, de viver o dia a dia, uma nova onda no vestir, na liberdade de movimentação, na forma de falar e por aí fora.
A canção que estão a ouvir agora, e as outras que se lhe seguiram, espantaram o Mundo, quebraram hipocrisias, derrubaram barreiras, conquistaram milhões de jovens, lançaram as sementes de uma nova forma de entender o Mundo para várias gerações de jovens que as ouviram e sentiram. Não creio, na história da modernidade, que uma só canção, a nível simbólico, possa representar um tão vasto conjunto de mudanças de formas de sentir e de viver.
Ao ouvi-la, não atentem demasiado na qualidade musical da canção, sintam antes de mais o sopro de mudança revolucionária e comportamental. Foi como se a libertação dos movimentos do corpo, ao dançar, implicasse de alguma maneira a libertação dos espíritos e da forma de olhar para as coisas.
Cresci a ouvir e a sentir estas músicas, antes de quaisquer outras. A minha geração não se moldou no fado nacional, cheio de lamentos e resignação, mas sim nestas músicas que traziam a ruptura e em milhares de outras que vieram a seguir, como as do Elvis Presley e dos inesquecíveis The Beatles. Tenho saudades destas musicas e do espírito de revolução e anti-resignação que traziam. Tivemos, eu e os meus contemporâneos, muita sorte em ter vivido esses tempos.
Depois de ouvir "Bill Haley and His Comets" nunca mais fomos os mesmos.
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