quarta-feira, março 03, 2010

PARA QUE SERVE A ECONOMIA ?

O que vou dizer a seguir não é nada politicamente correcto. É mesmo muito chocante : o saber actual em economia, corporizado no conhecimento académico transmitido pelas faculdades de economia aos seus alunos é chocantemente inoperante. Ou seja : não funciona, de pouco adianta em termos práticos.
Não é dificil perceber porquê : a economia não é uma ciência “exacta”, no sentido das engenharias ou da física e matemática. É uma ciência social, lida com comportamentos humanos em sociedade. Daí o seu grande grau de incerteza, daí a sua baixa fiabilidade.
Não viria grande mal ao mundo desta constatação, não fora o facto dos economistas terem enorme influência no traçado das políticas de desenvolvimento nos países modernos. O pior é quando sucedem os precalços do tipo desta ultima crise : aí ninguém se entende, toda a gente manda palpites mas ninguém sabe o que fazer. Deixa-se o tempo ir correndo e espera-se que as coisas vão retomando o seu curso, é o que se faz. Para além disso, apenas se evitam falências indesejadas pelo efeito de dominó e se atira dinheiro ( de todos nós ) para aqui e para acolá.
É uma tristeza, esta coisa da economia. E nas finanças ainda é pior. Uma calamidade, uma brincadeira de putos, um jogo arriscado e viciado em muitas das suas regras.
Para que não pensem que chego aqui e mando umas biscas para o ar, vou fazer algumas perguntas simples, nestes domínios :

1. Alguém sabe explicar porque motivo a Europa afirma que 3% é o limite máximo para o défice público dos vários países ? Porque não 2 ou 4 ou 5 % ? Julgam que, por detrás deste 3%, há algum motivo miraculoso ou cabalístico ?

2. Qual a razão de impor um limite destes para TODOS os países, independentemente da sua situação económica e financeira ?

3. Um défice nas contas públicas é mau, por si mesmo, independentemente daquilo onde se gastou o dinheiro a mais ? Tanto faz ser um défice provocado por investimento como por consumo ?

4. Em 2009, o défice português parece que foi de 9 e tal %. OK, muito bem. Toda a gente diz isto e aquilo, mas o essencial acho que ninguém pergunta : onde foi gasto todo aquele dinheiro a mais ? Já alguém explicou isso, preto no branco ?

5. Se ninguém ainda clarificou onde foi gasto todo aquele dinheiro a mais, como é que logo a seguir descobrem onde hão-de fazer poupanças na despesa ? Como é que se atiram logo aos salários dos funcionários públicos ? Foi aí que foram gastos os milhões a mais ?

6. Como é possível, numa situação como a que atravessamos, que os bancos apresentem lucros tão elevados ? Então a crise não deve também ser paga com a ajuda deles ? Então quando esses senhores estão com problemas devemos injectar-lhes quantidades loucas de dinheiro mas depois, quando aparecem esses lucros, não vamos buscar nenhum desse dinheiro ?

7. Porque é que numa crise destas, os pobres e remediados é que se lixam sempre ? Quando não se aumentam salários, esta medida tem o mesmo impacto em quem ganhe 800 euros por mês ou em quem ganhe 8.000 euros ?

E por aí fora. Perguntas simples para as quais os economistas não dão respostas. Ou dão muitas e desencontradas, o que vai dar no mesmo.
Conclusão : a economia, esta economia que nos servem todos os dias, é uma grande treta. Não se deixem levar por estas falas, porque eles ( os economistas ) não sabem o que hão-de fazer ( na hipótese mais simpática ) ou então sabem muito bem o que andam a fazer, mas nesse caso não esperem grandes melhorias ...

E é assim, de desencanto em desencanto, tal como o elefante anda de nenúfar em nenúfar ... isto é, com o credo sempre na boca !
Tenham um bom dia e não se deixem levar ( totalmente ) pelo meu pessimismo. Ainda há milagres, dizem alguns.
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