sexta-feira, março 05, 2010

TANTA PRESSA NUMAS COISAS ...
Palavra que sou uma pessoa razoável, comedida nos meus juízos políticos e ainda mais nos que envolvem o carácter das pessoas. Das pessoas em geral, não faço qualquer distinção com magistrados. Porém, o que também não sou, definitivamente, é parvo, distraído ou ignorante. Já vivi uns anos largos, conheci o meu país no tempo de Salazar e Caetano e acho que também o conheço hoje. Ou pensava que conhecia.
Olho para o meu país hoje ... e não gosto NADA do que vejo. Mesmo nada. Não me reconheço neste lamaçal em que isto se está a tornar. E a culpa não é da chuva. Se as escutas que têm vindo a lume tiveram algum mérito, foi esse, indubitavelmente, para além de se discutir se Sócrates sabia ou não sabia da compra da TVI pela PT ou se Sócrates queria tirar da TVI a Manuela Moura Guedes. Então, que mérito foi esse ?
Pura e simplesmente, ficaram bem claros os "esquemas", o tráfico de influências, o "estilo" de poder, os conhecimentos, as cunhas, os jogos. E isso é horrível, ficou à mostra o lamaçal completo em que se tornou a nossa vida pública.
Dirão os mais "empedernidos" : então mas não sabias que era assim ? Com estes ou com outros gajos ?? És cá um ingénuo ... Respondo eu, saber sabia, mas nunca pensei que chegasse tão longe !
A verdade é que, depois destas escutas, nada será o mesmo. A podridão invadiu, definitivamente, este meu País.
No meio deste nojo, desta maré negra que comeu toda a ética e a moral, como normas de convivência social, a preocupação do Ministério Público com alguns jornalistas que quebraram o segredo de justiça é patética. Repito, patética e inexplicável. A vida política do país é uma merda pegada e o MP corre atrás de quem nos veio mostrar a merda que existe.
Sabem, para não aumentar o lamaçal, dispenso-me de dizer o que penso desta lamentável iniciativa. Mas o que não posso é deixar de concordar com José António Saraiva, em artigo de opinião no SOL de hoje, ao afirmar que o Sr. Procurador-Geral da República devia abandonar as suas funções.

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