sábado, março 13, 2010

INDISCIPLINA NAS ESCOLAS II

Os nossos responsáveis são assim como vos passo a contar.
A senhora Ministra da Educação apelou à serenidade e equilíbrio no tratamento destas questões e afirmou que a vida das crianças deve estar acima dos debates. Também informou que já deu mais autoridade aos directores para resolver o problema.
O senhor director regional de educação de Lisboa afirmou que tudo será feito para ajudar os alunos. Temos que nos esforçar, diz o referido senhor, para ultrapassar estas situações, porque a maioria dos alunos não pode transportar uma situação de culpa( referia-se ao suicídio do Professor ).
O senhor Pedro Frazão, psicólogo e membro da Sociedade Portuguesa de Suicidologia ( só o nome é estranho ) alerta para a necessidade de formar os professores para lidarem com a violência e a indisciplina.

Chamo a atenção do leitor para o conjunto destas intervenções. Os portugueses, estes pelo menos, são assim. Morrem por ocultar os problemas, são especialistas em falar disto quando o problema é aquilo. Negam sempre a evidência até que alguém lhes aponte uma arma á cabeça. "Não me comprometa" é a frase que mais se lhes ajusta.

Alguém os ouviu dizer, alto e bom som : "Temos que acabar com a indisciplina nas escolas" ?
Alguma vez disseram isso ? Nunca ! Para eles, o problema é que não podemos traumatizar os jovens, os professores é que têm que se habituar e aprender a lidar com a violência e a indisciplina.
Veja bem, leitor, aonde chegámos na negação da verdade, na submissão, na derrota, na renúncia ! Que vergonha sinto ao ler estas declarações tontas e cobardes !
Dir-se-ia que é impossível reduzir, limitar ou mesmo eliminar a violência e a indisciplina nas escolas. Parvoíce ! Ignorância ! Cobardia ! Comodismo !

Sem negar que existem escolas em enquadramentos sociais muito adversos, onde instalar e manter a disciplina seria mais dificil, a demonstração de que é possível criar numa escola um ambiente de disciplina razoável está na própria realidade. Estudem-se como casos exemplo várias escolas de todo o País onde as respectivas direcções e professores conseguiram esse objectivo. Veja-se o que eles fizeram para obter esse resultado e apliquem-se os métodos nas outras escolas. Não me parece dificil fazer isso, pelo menos. Para que falam então nas pobres criancinhas e em traumatismos quando o problema é este ?

Para que não restem dúvidas, posso desde já adiantar algumas das situações que iriam decerto encontrar nas escolas onde o ambiente disciplinar é bom :

1. Existência de normas disciplinares claras e sem ambiguidades ;
2. Procedimento contra toda e qualquer infracção reportada pelo professor e ou director de turma ;
3. Nunca, nunca, nunca permitir que um aluno que ofenda, desrespeite ou humilhe um professor ou auxiliar fique impune. NUNCA.
3. Adopção das sanções disciplinares correspondentes à infracção, SEMPRE.
4. Publicitação das sanções, com nomes e datas;
5. A maior rapidez possível na aplicação da sanção. Sempre que for possível, acção imediata, a título preventivo.
6. Não alinhar com as demoras da DREL ( ou equivalente ) para a tomada da decisão nos casos que envolvam expulsão da escola ou equivalente. Chatear o Ministério, apelar à comunicação social se necessário. Em casos extremos, se o Ministério não alinhar, impedir fisicamente a entrada do aluno na escola.
7. Extinguir ou substituir imediatamente na escola todo e qualquer procedimento que ponha em causa a autoridade do professor dentro da escola, como por exemplo, a existência de filas de espera comuns a professores e alunos nos refeitórios ou bares da escola, a complacência com os empurrões nos corredores de acesso às salas de aulas, as "bocas" mal-criadas, etc ... Tolerância zero para tudo isto.
8. Uma atitude firme, inquestionável e bem publicitada periodicamente na escola quanto à autoridade do professor, por parte da direcção da escola. Absolutamente proibidas as atitudes em que é notória a discrepância entre a direcção da escola e os professores.

etc ... etc ... mas estas são as normas essenciais.

Por último, dirão alguns que a aplicação destas normas apenas será possível com mais algum pessoal. Concordo. Nos casos mais difíceis, seria necessário reforçar o pessoal das escolas. Não seria problema, há muito pessoal desempregado que desempenharia essas funções por mais uns euros a pagar pelo Ministério.

Não me parece um problema insolúvel nem sequer muito complicado, se as pessoas e organismos envolvidos tiverem vontade de o resolver, não tiverem medo nem começarem a falar em alhos quando o problema é de bugalhos.

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