sexta-feira, janeiro 16, 2004


SORRIO, LOGO AINDA EXISTO
Eu sei. Por vezes, torno-me chato, obcecado. E não aborreço apenas quem me lê, também eu fico fisicamente indisposto. Não, preciso de descomprimir, de esquecer, ainda que por momentos. Ninguém consegue viver, sem paranóias ou depressões, numa atmosfera permanentemente crispada de crítica ou indignação.
É por isso que hoje me apetece agradecer aos amigos que me enviam diariamente mails com piadas, anedotas e material desse género. Não sei onde tudo isso tem origem, mas algumas piadas são mesmo muito giras.
Dessas todas, destaco uma que me fez sorrir com mais calor :

Não desistas nunca dos teus sonhos : se não os conseguires à primeira, tenta qualquer outra pastelaria próxima !


NÃO SE CONSEGUE ESTAR FELIZ MUITO TEMPO !
Logo hoje que eu estava tão bem disposto, chega-me a notícia daquele choque em cadeia na A23 : 56 veículos num dos sentidos da auto-estrada, mais 29 no outro.
Razão : um nevoeiro denso, com uma visibilidade de 10 metros. Comentário da BT da GNR : havia nevoeiro denso, mas os condutores não respeitaram a distância de segurança.
Boa ! Como se fosse fácil ! Hão-de mostrar-me como se faz !
E pronto, ninguém morreu ( parece ), trata-se da chapa e não se fala mais nisso !
Pois bem : pessoalmente, e com muitos anos e quilómetros de condução, sobretudo em auto-estradas, digo-vos que tenho um verdadeiro pavor a encontrar nevoeiro denso numa auto-estrada. Se repararem bem, a auto-estrada torna-se numa armadilha total : não se pode reduzir demasiado a velocidade, porque nos irão bater por detrás ; não se pode andar mesmo a 50 0u 60 kms/hora, porque não conseguiremos parar antes de bater no da frente; finalmente, não se pode parar e encostar na berma sem comprometer a segurança dos que vêm atrás.
Não se pode fugir. Que fazer, portanto ?
Há muito que, conversando com amigos, venho reclamando contra a inexistência de zonas de refúgio nas auto-estradas, sobretudo onde se sabe aparecer habitualmente nevoeiro denso. Uma zona de cada lado, para onde o automobilista possa retirar-se, saíndo da auto-estrada e esperando que o nevoeiro levante.
Recentemente, li que a Brisa começa a construir zonas dessas. Muito lentamente, claro.
Tal como estamos, se o leitor se vir envolvido em nevoeiro numa auto-estrada, que há-de fazer ? Qual o comportamento mais correcto ?
Não acham que conselhos quanto a estas situações, e outras, deviam ser lançados pela DGV ou sei lá por quem ligado à Prevenção de Acidentes ?
Não acham que a Brisa poderia investir um pouco mais em segurança ?
Claro, é mais simples dizer que os condutores não respeitaram a distância de segurança ...

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