domingo, janeiro 11, 2004

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A REALIDADE NÃO É NUNCA A PRETO E BRANCO

Nunca na história do ser humano as relações inter-sexo foram tão fáceis como nos nossos dias. O primeiro contacto, em bares, discotecas ou concertos, ou ainda pelos meios electrónicos, chats, e-mails, messengers, SMS, etc... tornou-se bem mais imediato e simples do que há 50 anos. Quebraram-se tabus, derrubaram-se barreiras, destruiram-se preconceitos. Começa-se tudo bem mais cedo, nestes dias de hoje. O sexo banalizou-se, coisificou-se, democratizou-se. O único senão é a SIDA, já que aprendemos a usar todo o género de anti-conceptivos. Alguns deles, os veteranos preservativos, modernizaram-se até com pretensões policromáticas e sabores a frutas exóticas ! ( Essa dos sabores a frutas ainda não entendi muito bem ...eheheh... ). Mesmo quando as coisas aquecem subitamente e não há nem tempo nem lucidez para jogar à defesa, pode-se sempre recorrer no dia seguinte a uma pílula especial de efeitos retroactivos. Retroactivos apenas quanto à limitação das consequências, note-se ; o prazer havido já ninguém o tira, valha-nos a clarividência da ciência !
Em paralelo, aumentou a tolerância das sociedades para com relacionamentos não ortodoxos. A homosexualidade passou ( ou muitos pretendem que passe ) à categoria de opção, de livre escolha do homem ou mulher, deixando de ser entendida como um comportamento enviesado ou aberrante.
Enfim, pouca gente ainda haverá, nestas sociedades de vida fácil, que não consiga estabelecer e manter uma relação com um outro individuo, do sexo oposto ou do mesmo, de acordo com as suas preferências. Isto aparentemente.
Concordam com estas afirmações, em termos gerais ?
Então expliquem-me, se fazem favor, como e porquê cresceram, em simultâneo com estas realidades, outras bem mais perturbantes e enigmáticas, tais como :


--> a incapacidade de vida em comum, por um período razoável ( por vezes, as relações surgem totalmente como descartáveis ) ;
--> aumento, ou pelo menos a persistência, da solidão na vida de muitas pessoas;
--> um egoismo assustador, no que respeita a ter filhos e ou a educá-los, quando eles já existem ;
--> ainda no tema egoismo, uma incapacidade de gostar dos outros, uma falta impressionante de sentimentos de humanismo básico;
--> a subsistência de um grau de ignorância sexual assustador, motivando o fenómeno de mães adolescentes ;
--> o crescimento do fenómeno homosexual, seja ele um resultado de opções individuais, de fenómenos sociais ou de origens genéticas ;

Penso muitas vezes nestas questões, sem grandes dúvidas sobre a sua inter-relação, mas sem certezas nenhumas sobre as verdadeiras causas e explicações.
Querem avançar alguns comentários ? Têm opiniões sobre estes temas ?
Será que há sempre um preço a pagar por cada muro de Berlim que se derruba ?

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