quinta-feira, dezembro 25, 2003


O MENINO JESUS E O CAFÉ
O dia de Natal ( tal como o 1º de Maio ) é uma espécie de sentença de prisão no domicílio, em conjunto com a família. E quem não tiver família, fica na “solitária”. É que não vale a pena tentar andar por aí à procura de um café ou pastelaria aberto, para uma simples bica. Nada, tudo fechado. Desesperante, dá a sensação de uma cidade de mortos-vivos. Nas ruas vêem-se pessoas, poucas, todas com um ar translúcido, irreal, movendo-se como fantasmas.
Mas estas pessoas não me preocupam, a falta de café sim. Que coisa mais estranha, um país fechado. Para descanso do pessoal, têm direito ao Natal com a família, não é ?
Acho que sim. Sugiro até que esta razão seja aplicada às transportadoras aéreas, ao pessoal dos combóios e das portagens nas autoestradas, à PSP, GNR, Forças Armadas, bombeiros, pessoal da saúde em todos os hospitais, etc ... Já agora, decretava-se a paragem total do país. Os portugueses pelam-se por legislar, aproveitem e façam lá a leizinha já não do Natal branco mas do Natal negro, às escuras, fechado !! Andem lá, perdido por cem, perdido por mil.
Já sabem que fico um tanto impaciente e agressivo se não beber um café de manhã bem cedo. E tem que ser fora de casa, ao balcão, com aqueles cheiros todos de uma pastelaria nas primeiras horas da manhã. Pois bem, hoje fiquei tão chateado que até culpei o Menino Jesus, tadinho dele, ainda tão pequenino.
Se Ele veio ao Mundo para nos salvar, não devia ter-se esquecido do nosso café pela manhã, não acham ?
Bom, pensando bem, temos que O desculpar, Ele ainda não tinha idade para beber café, nem sabia o que isso era, os Reis Magos só Lhe ofereceram incenso, mirra e essas parvoíces.
Deviam era ter-Lhe levado uma máquina de café Expresso e um pacote do mesmo, pronto.

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