sexta-feira, fevereiro 27, 2004

AH, ESTAS DIFÍCEIS RELAÇÕES ...

Nós, os humanos, somos bichos sociais. Vivemos em sociedades altamente estruturadas, com inúmeros elementos agregadores, tais como nacionalidade, raça, religião, região, cidade, clube favorito, sexo, eu sei lá que mais. Como todos sabemos, estes elementos de agregação, de formação de um sentimento de comunalidade, podem rapidamente tornar-se elementos de diferenciação ou mesmo de segregação, em determinadas condições concretas.
Tudo isto para afirmar que, sem dúvida, umas das questões menos bem resolvidas pelo ser humano, ainda hoje, é o das relações entre as pessoas. Qualquer tipo de relações, de vizinhança, de simples convivência, de amizade, de amor e por aí fora.
Destas todas, são particularmente complicadas todas aquelas que envolvam conflitos rácicos, compromissos emocionais e, em acumulação, compromissos patrimoniais. Tchiiiii ....
Para tentar enquadrar estas dificuldades, existe uma enorme bateria de códigos jurídicos, normas morais, códigos religiosos e até mesmo simples códigos de conduta informais, de cariz puramente local, cuja força assenta na aceitação por todos desses “hábitos”.
São, no seu conjunto, procedimentos e normas complexos, cuja exequibilidade varia com o decorrer do tempo, a interpenetração de várias culturas, a mudança dos hábitos sociais e até mesmo os ideiais políticos vigentes.
Seja como for, toda esta panóplia apenas afirma uma coisa : é MUITO COMPLICADO VIVER EM COMUNIDADE SEM CONFLITOS.
E depois, dirão vocês ? Já sabemos todos isso por experiência de vida própria, quanto mais não seja...
Bem, é neste momento que eu faço a minha afirmação do mês : apesar de todos os normativos, apesar de andarmos sempre em bicos dos pés a pensar na clonagem humana e na vida extra-terrestre, a verdade é que CADA VEZ É MAIS COMPLICADO VIVER EM CONJUNTO. Seja nas relações um a um, seja nas relações sociais, seja no confronto entre nações. Dentro de algumas nações, por exemplo, a convivência multi-ética rapidamente forçada começa a colocar problemas graves. No conjunto das nações, o papel da ONU está totalmente em causa, muito graças aos nossos "amigos" americanos. Entre as pessoas, na constituição das famílias, o caos está à vista de todos, o falhanço é quase total, ninguém sabe que fazer.
Caminhamos, assim, para novas formas de conduta, novos códigos, novos tipos de relações ou, pura e simplesmente, estamos a caminhar para um qualquer caos inevitável ?
Vamos lá, digam-me as vossas opiniões : há salvação para todos nós ? Qual o papel das Igrejas nesta evolução ? E a política, devia ou não começar a preocupar-se com esta questão, tal como já se começou a preocupar com a poluição ?

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