terça-feira, março 02, 2004

SOLIDÃO OU MENOS SOLIDÃO, EIS A QUESTÃO

O que é a solidão ?
É estranha a pergunta, não é ? Não é, não. Definir solidão é mais complicado do que parece.
Solidão NÃO é estar ou viver sózinho. Há pessoas que vivem sós que não sofrem de solidão, e há pessoas que vivem com companheiros e família que se sentem miseravelmente solitárias. Estamos muitas vezes sózinhos e não nos sentimos solitários, estamos bem, equilibrados. Por vezes, há mesmo pessoas que necessitam e buscam este isolamento, porque necessitam dele para a sua paz interior.
Solidão NÃO é também NÃO ter um companheiro/a ou namorado/a. Há muitas pessoas que, nesta situação, parecem não se ressentir grandemente, encontraram outros equilíbrios, têm familiares, amigos e actividades que as preenchem.
Então, o que vem a ser a solidão, de que tantos se queixam ?
Bem, espero que me ajudem, aqui chegados.
Na minha opinião, a solidão é um estado de espírito ( e por vezes de corpo, ai, ai ) que depende da filosofia de vida da pessoa e, logo, das suas necessidades e expectativas. Ou seja, quanto maior for a nossa necessidade de uma outra pessoa ( ou pessoas ) junto de nós, em qualquer um dos vários planos – físico, psíquico, afectivo, prático – tanto mais solitários nos sentiremos, se isso não acontecer.
O que significa, visto ao contrário e numa perspectiva pragmática, que a muitos pode interessar : em certa medida, a solidão pode ser combatida, desde que nos tornemos menos dependentes dos outros e aprendamos a viver melhor com nós próprios.
Será esta afirmação verdadeira, sempre, sem limitações ? Humm, tenho as minhas dúvidas. E estou também a imaginar as vossas.
É que o ser humano é um bicho de matilha...Nós precisamos sempre uns dos outros, embora em graus variáveis. E há necessidades tremendamente fortes, como a de ouvir os nossos semelhantes, a nossa própria língua materna, ou a de tocar e acariciar a pele de um outro ser humano.
A capacidade de combater a solidão, tem limites, concordemos, limites que irão depender da pessoa em concreto, do local, da época. Em todo o caso, haverá sempre limites, o que significa que, sendo a solidão um sentimento bem pessoal, há sempre um mínimo também pessoal abaixo do qual nunca um ser humano deveria descer...
Afinal, tal como em muitas outras necessidades básicas do homem e da mulher.
Pelo meu lado, por mais que tenha tentado ( e parcialmente conseguido ) dou por mim de vez em quando a reflectir sobre este tema ... o que todos sabemos o que significa, não é verdade ?
Passem bem e ... evitem a solidão. Escrevam comentários a este texto, por exemplo...

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