sábado, maio 01, 2010

AS MISÉRIAS DA POLÍTICA

Ao lado, podem ler a notícia : Manuel Alegre acha que Cavaco Silva fez mal em imiscuir-se nos terrenos do Governo, quanto aos investimentos públicos. Continua Alegre, contando aos ignorantes que, para combater a crise dos anos 20 nos EUA, o presidente Roosevelt, a conselho do economista Keynes, usou em larga escala o investimento público para sair da crise.
E mais não disse Alegre, presumindo eu que ficou todo impante com o seu alarde de conhecimentos políticos e económicos.
A verdade é que o que Cavaco Silva disse foi isto , sendo meu o sublinhado a preto carregado :

"Entendo que faz sentido reponderar todos aqueles investimentos, públicos ou privados, na área dos bens não transaccionáveis, que tenham uma grande componente importada, isto é, que utilizem pouca produção nacional e que sejam capital intensivo, ou seja, que utilizem pouca mão-de-obra portuguesa"

... o que nada tem a ver com o que M. Alegre afirmou. O que Cavaco diz, de uma forma elíptica e cuidadosa, é que o TGV é um PÉSSIMO exemplo de como uma obra pública pode ajudar a incentivar a economia de um país. De facto, é um projecto muito capital-intensivo, o que quer dizer que "come" muito dinheiro para a quantidade de emprego que cria. Além disso, incorpora tecnologia ( desde os carris ao material circulante ) que terá de ser importada. Em suma, o impacto positivo sobre a economia nacional vai ser diminuto, para um rio de dinheiro que se vai gastar !

Alegre faz muitas destas afirmações. O afã dele em combater o outro presumível candidato às próximas eleições presidenciais fá-lo esquecer-se que não percebe NADA de economia e que se arrisca, nesses terrenos, a dizer muita asneira.
Como esta.
Nem Sócrates nem M. Alegre nem ninguém no PS actual parece estar a usar a cabeça. Um vento de derrota pressente-se. Se Sócrates desde sempre demonstrou que, para ele, governar o país era uma questão de gerir a sua imagem pública, nestes últimos dias tem sido angustiante e aflitivo. O homem que acabou a licenciatura de engenharia civil a um domingo, com o mesmo professor a quatro cadeiras, dá mostras de total desorientação e cansaço. Penso que insiste no TGV por pura teimosia ( que é um dos seus traços dominantes de carácter ) e para ter algo a que se agarrar. Isto, na mais bondosa das hipóteses.

Amigos, leitores : é por estas e outras que nunca hei-de pertencer a nenhum partido, nem nunca hei-de deixar que ninguém me espartilhe o pensamento. Também prometo que nunca me irei candidatar a PR, embora seja mais novo que o M. Alegre. Aparentemente, essas coisas fazem mal aos neurónios.
Então não é que eu, de tendências de esquerda desde que me lembro, e para quem Alegre é muito mais simpático, à partida, que Cavaco Silva, perante afirmações destas me apetece dizer "Óh Manel Alegre vai fazer poemas para a tua rua, pá, deixa lá a economia para quem sabe qualquer coisa disso ..."

Que fique registado, contudo, que gosto de M. Alegre e que o acho um socialista de gema, diferente da corrente actualmente dominante. Esta foi apenas uma "gaffe" dele, penso eu.
Tenha um bom fim de semana, amigo !
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