ESTOU FARTO DESTAS CANTIGAS.
ESTOU FARTO DE PAGAR AS ASNEIRAS E AS BENESSES DOS OUTROS
Já o disse várias vezes, mas vale sempre a pena voltar à verdade básica : o Estado gasta mais do que pode, porque os dois ou três partidos do poder foram admitindo para o sector público todos os amigos e boys e girls que andavam sem emprego lá pelos partidos e ajudavam nas campanhas. Qualquer pessoa sabe que isto é verdade mas quase toda a gente se cala e deixa andar.
Eu assisti, como se em camarote real, a toda esta tramóia. Alguns dos cozinhados aconteceram pouco depois do 25 de Abril debaixo dos nossos olhos incrédulos e atónitos. Na época, ainda conseguimos travar um ou outro, mas depois eles, os senhores democratas impolutos, quiseram correr com os militares do poder. Percebe-se agora bem porquê. Desde aí, foi sempre a eito, numa média espantosa de dezenas de milhar de pessoas por ano. E não se pense que se respeitaram as categorias profissionais do funcionalismo público, com os correspondentes níveis salariais. Não, criaram-se MILHARES de postos de trabalho ( ou melhor, de tachos, porque postos de trabalho não eram de certeza ) que se entregaram a putos recém chegados das escolas ( quando não sem qualquer escolaridade significativa ) com vencimentos iguais aos de funcionários excelentes com 20 e 30 anos de serviço.
E se duvidam, consultem por favor o Diário da República, 2ª série, onde aparecem as nomeações para esses cargos e vejam o nível dos vencimentos.
Sempre que um novo Governo entra em funções, as novas nomeações para assessores de gabinete, chefes de gabinete e adjuntos de várias matérias, no conjunto dos ministérios e secretarias de estado, atinge facilmente as 5 ou 6.000 pessoas. Julgam que estas pessoas se afastam da mesa do orçamento quando o Governo cessa funções ? Estão muito enganados. Nessas alturas, é um corropio de outras nomeações para outros serviços do estado, tutelados por amigos. A coisa repete-se com cada novo Governo.
Sobre os institutos públicos já outro dia falei, MUITOS deles são um perfeito cancro, corrosivo e gastador. Em muitos deles, nada se passa de útil e palpável para o país, ninguém produz nada que tenha o mínimo impacto.
Bem, quando o dinheiro começa a ser curto, o que fazem estes partidos ? Dizem aos milhares de amigos para terem paciência e verem se arranjam trabalho noutro local qualquer ? Claro que não, nem nisso falam. O que fazem é ir aos bolsos de toda a malta rapar mais uns euros, mandam umas bocas vagas e foleiras e continua tudo na mesma, como se estivéssemos no melhor dos mundos.
Este jogo é indecoroso. Este jogo é uma trapaça pegada. Esta realidade social está viciada da cabeça aos pés por estas gerações de políticos com mais sentido de oportunismo que de serviço público. Estes portugueses não mereceram a liberdade de que passaram a usufruir. Nada fizeram com ela, apenas se aproveitaram dela. O país está na mesma, o mesmo lodaçal de sempre, até as moscas são as mesmas, a única coisa que mudou foram as técnicas e tácticas para enganar tudo e todos.
A mim, não são tanto os impostos adicionais que me custam. O que mais me custa é que estou farto de ouvir esta conversa fiada, sei muito bem os comos e os porquês, e sei que passados uns anos estarão a dizer o mesmo aos outros desgraçados dos portugueses que por aqui andarem nessa altura. Soares disse aos portugueses exactamente o mesmo, em 1983, que Sócrates disse em 2010. Bolas, então que se fez de positivo em perto de 30 anos ?? É este o contributo do Partido Socialista ( ou do Social Democrata ... ) para o desenvolvimento do País ? 30 anos passados TUDO NA MESMA ?
Dir-se-á que os pobres dos políticos não têm culpa, são as crises, os vícios estruturais da nossa economia, bla, bla, bla ... OK. Contudo, se não são capazes de fazer funcionar a economia de outra forma mais favorável a todos, porque insistem em se candidatar ?
Ah, amigos, aí poderemos divergir de opiniões, mas eu digo-vos a minha. Eles continuam a candidatar-se, apesar dos continuados fracassos da sua liderança, porque os portugueses são tadinhos e não conseguem separar o trigo do joio. E também porque não saberiam fazer mais nada da vida deles. E ainda porque esta é a melhor maneira de cuidar dos seus interesses e dos dos seus amigos.
Parvos não são, não. Parvos, parvos, somos nós.
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