quinta-feira, maio 06, 2010

AO QUE CHEGÁMOS

O sr deputado Ricardo Rodrigues é vice-presidente do grupo parlamentar do PS. Desconheço os motivos que levaram o partido a escolhê-lo entre vários outros deputados. Trata-se de um "velho" militante do PS, proveniente dos Açores, ilha de S. Miguel. É portador de uma longa e atribulada história naquela Região Autónoma, que resumo rapidamente. Primeiro chegou a ser arguido, embora não tivesse chegado a ser acusado, por falta de provas, num processo onde a figura de proa foi a srª Débora Raposo, da qual era advogado e sócio. Essa srª acabou condenada a 5 anos e alguns meses por burla qualificada e falsificação de documentos à Caixa Geral de Depósitos de Vila Franca do Campo. A tramóia foi de vários milhões de euros. Nunca se provou a "associação" deste senhor ao negócio.
A outra questão, que o levou a demitir-se do Governo Regional, foi uma história de pedofilia de contornos indefinidos, como a da Casa Pia. Nunca chegou a arguido nem foi investigado, mas os rumores eram tantos e tão fortes que o senhor achou por bem demitir-se.
Foi então "despachado" da Região para deputado nacional à Assembleia da República.
Em boa hora o fez, porque o PS afirma que tem sido "extremamente útil na defesa do projecto do partido". O que eu não duvido, porque sempre que o ouvi e vi, na TV, me pareceu uma daquelas pessoas ungidas pela fé, sempre dispostas ao martírio para defenderem os seus "chefes". O homem é granítico em relação a qualquer lógica ou ideia, desde que lhe cheire a contrária à do partido. Um "cão de guarda" fidelíssimo. Um deputado perfeito para Sócrates, suponho.
Ora bem, o senhor ficou irritado com uns jornalistas do "Sábado", quando estes lhe faziam perguntas relacionadas com aquelas duas questões por mim atrás indicadas. Ficou tão exaltado e nervoso que, num gesto "irreflectido", se levantou e saiu da sala, metendo ao bolso, discretamente ( veja as imagens ), os dois gravadores dos jornalistas ...
Leitor, aprecie bem como estão as coisas neste jardim à beira-mar plantado : um deputado não gosta das perguntas que lhe fazem os jornalistas e vai daí, zumba, confisca-lhes os gravadores e vai-se embora ...
O pobre deputado estava manifestamente tótó, nem sequer se lembrou que a entrevista estava a ser gravada em vídeo, também. Quer dizer, o homem é despudorado e tonto, ao mesmo tempo.
Pouco me interessa esta figura de deputado do PS, confesso. Homens destes não me fazem perder o sono nem me sobrecarregam a memória. Porém, uma coisa é grave, apesar de tudo : então o PS é desta matéria prima que faz os seus deputados vice-presidentes da bancada ? Já não tem pessoas isentas de ... eventuais contaminações ou suspeições éticas ? Ou, pelo menos, já não tem pessoas que saibam aguentar a comunicação social sem exercer represálias ?
Bem, pelo menos, neste caso, o senhor deputado não comprou a revista nem conseguiu que ela mudasse de mãos, limitou-se a "apropriar-se" dos gravadores...
As coisas estão a melhorar.

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