quinta-feira, maio 20, 2010

QUEM TEM MEDO DA VERDADE ? PORQUÊ ?

Já não tenho grandes dúvidas. Mais do que proteger José Sócrates, parece-me cada vez mais nítida a preocupação de algumas pessoas em defender não sei bem o quê, talvez o País, do embaraço e vergonha que todos sentiríamos se a verdade fosse descoberta.
Só pode ser isso. Do Presidente do Supremo Tribunal ao Procurador-Geral da República, incluindo agora o deputado Mota Amaral, presidente da Comissão de Inquérito ao caso TVI/PT, todos mostram grande preocupação em evitar que a verdade venha ao de cima, todos fazem os impossíveis para justificar a não utilização das escutas.
É sabido que as vertentes políticas contidas nas escutas não irão ser apreciadas em processo penal ( a Face Oculta ); sabemos agora que, na vertente política, Mota Amaral alega que as mesmas escutas só podem ser utilizadas no âmbito do processo penal e não para fins políticos. Ou seja, a pescadinha de rabo na boca.
Diz Mota Amaral :


As alegações são cretinas, qualquer principiante do estudo da lógica percebe que estas pessoas andam a usar pretextos para que a verdade se não saiba.
Estão a defender o PS ? Alguns estarão. Estão a defender Sócrates ? Alguns estarão.
A minha convicção actual é que a porcaria que se extrai das escutas é tal que a defesa da honra do País aconselha a que essa porcaria não venha para a rua.
Será assim ? Porque motivo Mota Amaral diz coisas como esta, para justificar a sua não autorização do uso das escutas ?


Presume-se que estes tais direitos dos cidadãos se referem aos de José Sócrates e amigos, uma vez que aos meus e aos vossos não é de certeza. Não temos direito à verdade, uma vez que é preciso ocultar a verdade daquilo que os outros fizeram.
Uma coisa é certa : o conteúdo das tais escutas deve ser lindo, para que todas estas jogadas se façam. A miséria deve ser tão chocante que toda a gente tem medo de a revelar !!
Só por isso, tanto medo em revelar as tais escutas não é revelador da verdade ?
A mim parece-me que sim.

Sem comentários:

Enviar um comentário