terça-feira, novembro 08, 2011

SEJAMOS CLAROS

Declaro que sou pensionista e poderá haver da minha parte uma leitura enviesada por esse facto. Contudo, acho-me suficientemente sério e imparcial para poder emitir juízos perfeitamente equilibrados.
Dito isto, sejamos claros e directos : aquilo que o Governo pretende fazer aos pensionistas e funcionários públicos, e só a eles, é uma monstruosidade de injustiça e desprezo pelas pessoas. É ignóbil, primário, desonesto. Em português arcaico, uma pulhice vergonhosa, não tenhamos medo das palavras nem dos homens.
Ainda por cima, o cinismo com que se ouve o sr. Relvas e outros que tais a declararem que "os sacrifícios são para todos" põe-me à beira de um ataque de raiva e de desejo de destruição, não sei bem de quê ou de quem.
Até pode ser que, em termos económicos e de sustentação futura da solução, seja melhor reduzir apenas nos gastos do Estado, sem agravar os impostos ao resto do País. Pode ser que essa seja a solução tecnocrática, a solução contabilística, até concedo isso. Contudo, uma Nação é feita de muito mais que de tecnocracia e contabilidade. É feita de pessoas, de sentimentos e sensações. É feita de confiança. É feita de coesão e de sentido de justiça.
Não basta aplicar medidas muito certinhas em termos contabilísticos ; a verdade é que fazer de bodes expiatórios das asneiras e azares de um País inteiro apenas os funcionários públicos e pensionistas é BAIXO, é SOEZ, é INDIGNO de um governante.
Tudo isto é possível porque entrámos no reino do improviso, da incompetência e da manifesta falta de valores éticos e humanistas, já há muitos anos.
Lembrem-se : que raio de sociedade política é esta que permite Santanas Lopes, Zés Sócrates ou Passos Coelhos como Primeiro Ministros, pessoas sem experiência de governo ou gestão de coisa nenhuma a sério, com uma falta de cultura impressionante e mesmo de princípios políticos consistentes. Quantas vezes me lamentei eu dessa sina maldita ?
Sabem, e falo apenas por mim : o que me custa não é perder os subsídios, não é o dinheiro apenas, o que me custa é sentir-me vítima de uma enorme injustiça no meu País, o que me custa é a raiva contra tudo o que cheire a Estado por parte deste governo. O que me custa é que sinto o País a fragmentar-se, a destruir-se, a ser levado por caminhos errados, o egoísmo a crescer dentro de nós. O que me custa é a cegueira doutrinária, a estupidez inenarrável de quem pensa que destruindo o Estado e reduzindo o défice público alcançará o desenvolvimento económico automaticamente ...

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