terça-feira, janeiro 25, 2005

ELEIÇÕES SIM, MAS ...

Um dia destes, sem qualquer entusiasmo ou esperança, vamos escolher quem nos irá governar nos próximos quatro anos. Para a maior parte de nós, trata-se apenas de dar umas vassouradas naqueles paraquedistas do Santana Lopes & Cia, mas sem grandes ilusões... Não será decerto Sócrates e aquela sua gente ressuscitada e requentada a produzir o milagre. Basta ver o programa de governo do PS : mais de 160 páginas !!! Quem escreve mais de 160 páginas de programa de governo não tem, de facto, uma ideia precisa para o futuro do país ... tem milhares, pelos vistos, mas todas ideias pequeninas !!

É intrigante, nos dirigentes políticos, a sua incapacidade de apresentar uma visão simples para o futuro do país, algo que se possa dizer numa página de papel. Vamos apostar em quê ? No turismo ? No capital estrangeiro ? No desenvolvimento de software ? Na tecnologia de lançamento de fogos florestais ??
O mais que se lhe aproxima é o “choque de gestão” do PSD e o “choque tecnológico” do PS. Porém, nem um nem outro são visões de desenvolvimento, apenas condições indispensáveis a um qualquer modelo de desenvolvimento. Mas qual ?

Continuamos, uma vez mais, a não discutir o que fazer no futuro.
Acho que não se discute porque ninguém sabe verdadeiramente o que se há-de fazer a este país medíocre. E, se alguém sabe o que fazer, não vai dizer para não perder votos. Assim, as grandes questões são substituidas por ideias parcelares, tais como aumentar ou diminuir impostos ou como diminuir os efectivos da função pública.
Com gente assim, com a incapacidade ou falta de vontade que revelam, como havemos algum dia de encontrar um caminho para o progresso ? Como se vai dar a rotura ? Um qualquer Salazar dos tempos modernos ? Uma outra revolução, desta vez dos lírios ou dos malmequeres ??

E agora, para que não digam que só critico sem dar nenhuma solução, aqui vai a minha sugestão de hoje.
Enquanto se decidem ou não sobre as grandes questões, sempre poderiam tentar responder a três temas quentíssimos e inadiáveis : a reforma do sistema eleitoral, no sentido de responsabilizar o deputado perante os eleitores e não perante o chefe do seu partido, e as reformas do sistema judicial e do sistema educativo, em qualquer sentido ... desde que passem a funcionar !!!

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