segunda-feira, outubro 01, 2012

PRÓXIMO DISPARATE : JUNTAR A PSP, O SEF E A PJ

Um dos erros clássicos dos aprendizes de feiticeiro é pensar que aglutinar orgãos ou instituições conduz necessariamente a um aumento de eficiência, ou seja, a uma redução de custos para o mesmo resultado final. É um conceito que fez a sua época, já há muitos anos, tendo surgido depois disso o conceito oposto, na teoria geral da gestão, o "small is beautiful".
Enfim, compreendam : estas coisas de colocar amadores, sem conhecimentos nem experiência séria em gestão, a poder mexer nas coisas do Estado tem estas desvantagens. São cometidas as maiores palermices e arbitrariedades, em nome quer da redução de custos, quer do aumento da eficiência para daí a uns anos se perceber que as coisas correram, na realidade, completamente ao contrário.
Mas que se pode fazer ? São as pessoas que temos nos partidos que temos. É uma desgraça, mas é assim mesmo.
Lembro-lhes só um ou dois casos : acabaram com a Brigada de Trânsito na GNR e com a Guarda Fiscal, de longa tradição, não foi ?
Pois tanto num caso como noutro os resultados foram péssimos, como tanta gente previu. Fala-se agora em "ressuscitar" a Brigada de Trânsito, e em autonomizar a Brigada Fiscal, porque entretanto se viu que as funções respectivas são mal executadas se diluidas por gente sem tradição nem preparação para o efeito.
Recentemente, decidiu o Ministério da Defesa aglutinar todos os hospitais dos ramos das Forças Armadas num só. Brilhante : fala-se agora em gastar milhões, para dotar esse hospital único das valências que já existiam nos outros. Custos menores ? Não sabemos quando, por enquanto só se vê confusão, quebras tremendas de eficácia e aumento de custos. Aaaaahhhhh, mas aglutinar é que é bom !
A última surgiu agora nos jornais : juntar a PSP, a PJ e a polícia de fronteiras, o SEF. Outra ideia do caraças, vão poupar dinheiro à brava, pensam esses feiticeiros de trazer por casa.
Mas que raio têm esses organismos em comum ??
Nada, a essência e a natureza das respectivas missões é totalmente diferente. A única coisa que poderia/deveria ser feita era uma mais perfeita delimitação das respectivas competências e modalidades de acção. Por exemplo, a PSP ( em meu entender ) não deveria ter a tendência de aumentar os seus orgãos de pesquisa de informações, a não ser para a pequena criminalidade, deveria recorrer à PJ para tal.
Aglutiná-las ??? Só de ... ignorantes, já que está na moda usar este termo. A matriz cultural da PJ, como organização, nada tem a ver com a cultura de uma Polícia de Segurança Pública. O SEF, por outro lado, é depositário de uma cultura e experiência ímpar, no contexto de todas as outras polícias.
Que grande poupança vai ser, juntar esta malta toda ... Meia dúzia de cargos de topo, em cada uma delas, em troca de uma degradação enorme na eficácia de cada uma destas polícias. Não tenho a menor dúvida.
Ah meus amigos ... mas quem os pára ? Quem lhes incute bom senso naquelas cabeças ? Por que triste sina teremos que aturar estes iluminados ?
Mas por que raio não ganham coragem e se atiram aos consórcios da PPPs ? Ganhavam muito mais para o País e não faziam tantos erros.
Aaahhh, sim, pois é, poderiam estar a comprometer o futuro deles ...

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