terça-feira, julho 31, 2012

EUROPA, O RASTILHO ESTÁ ACESO, QUEM O VAI APAGAR ?

A política devia ser algo claro e feita aos olhos de toda a gente, como naqueles restaurantes em que a cozinha fica exposta aos clientes.
Devia, mas não é.
Pelo contrário, é um jogo de sombras, é uma espécie de ilusionismo de salão, cheia de truques. Quanto mais se olha menos se vê, menos se percebe.
Nestes dias de Verão - e, para alguns, de férias - esta ideia ganha muita força quando se olha para a Europa e se tenta perceber o que se está a passar. Muito difícil, muito preocupante.
Por detrás de qualquer um dos personagens existem realidades com que é preciso entrar em conta. Por detrás da Srª Merkel existem as opiniões dos alemães, na sua maioria, extremamente egoístas e pouco esclarecidas, mas decididamente contra o Euro e a Europa. Como sempre, de resto, estão contra tudo o que não comandam ou que lhes pode custar uns tostões, mesmo depois de terem enriquecido à custa da mesma Europa, em grande parte.
Não gosto de julgar levianamente, muito menos a maneira de ser dos povos, mas a verdade ... é que nunca gostei da forma alemã de estar no mundo.
Temos depois os gregos, que também nunca percebi bem. Um país e um povo simpático, em muitas coisas parecidos connosco, mas com vícios sociais tremendos entre eles uma grande tendência para dizerem uma coisa ... e fazerem outra.
Há ainda os parceiros bem conhecidos da Espanha - dirigida agora por um team desnorteado e sem garra - e da Itália, os habituais frios e egoístas do norte, Holanda, Finlândia e semelhantes. Nem valerá a pena mencionar a Grã-Bretanha, sempre com um pé cá e dois lá, sempre preparada para a fuga e marimbando-se na ideia de Europa.
Uma Comissão errática e manifestamente sem chama nem inspiração, um presidente da entidade mais crítica de toda a Europa - o Banco Central Europeu - com comportamentos estranhos seguidos de pomposas declarações de intenções, agora sob suspeitas por ter vindo directamente ( ou quase ) do mundo privado banqueiro e fazer parte de um clube esquisito, de banqueiros e políticos, cujas intenções não se conhecem bem, mas que eu iria jurar serem defender os interesses da grande Banca até ao último suspiro.
Dito isto, assim, sem grandes alardes nem riquezas, o que fica da Europa, leitor ? Ou melhor, o que podemos esperar das entidades com responsabilidade no presente e futuro da Europa ?
Haverá por aí alguém que, por acaso ou ingenuidade, ainda acredite neles ?
Haverá por aí alguém que ainda tenha uma fé inabalável no Euro e, consequentemente, na Europa ??
Eu gostaria de ter, mas não tenho. De momento, as minhas esperanças mais fundas vão no sentido de que se consiga evitar o descalabro financeiro total, com desvalorizações brutais no regresso às moedas de origem, e mais : que se consiga evitar o desmembramento da Europa, com todos os perigos e ressentimentos daí recorrentes.
Não me convinha mesmo nada, no Outono/Inverno da minha vida, cair no meio da Terceira Guerra Mundial, uma vez mais começada na Europa ... e com a ajuda da Alemanha.
Haja ainda alguma esperança e bastante bom senso em toda a gente.

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