terça-feira, março 01, 2011

A MUDANÇA ESTÁ NA MODA ?

Tenho tido uma vida rica de acontecimentos. Participei em alguns, fui assistente atento de outros. Vejam : como actor, estive em África, na guerra colonial, e depois aqui, numa revolução, o 25 de Abril. Da bancada, vi cair o muro de Berlim, o desmoronamento do império da União Soviética, os ataques às torres gémeas, em NY, a invasão do Iraque e do Afeganistão, e agora a queda dos regimes ditatoriais na Tunísia, Egipto e Líbia, segundo tudo leva a crer.
É inegável, portanto, que tenho visto acontecer coisas extraordinárias, ao longo da minha vida. Se for verdade que a experiência nos torna mais sábios, devo ter aprendido qualquer coisa, nestes anos tão cheios de acontecimentos.
Na verdade, talvez com o desacordo dos meus amigos, devo dizer que pouco ou nada aprendi. Aprender significa compreender as leis que regem os fenómenos, as origens, as causas, as motivações. E, no meio desta grande feira humana da mudança, declaro alto e bom som que pouco ou nada compreendi quanto às causas e os porquês e muito menos quanto ao momento. Quase todos estes fenómenos me apanharam de surpresa. Nunca entendi muito bem o cronograma destas mudanças e, francamente, não sei se alguém entendeu.
O ultimo destes fenómenos então, a agitação e a queda de regimes autoritários no norte de África, foi uma total surpresa. Porquê agora ? Como foi possível tal rapidez na propagação da oposição ? A explicação do Facebook não me consegue satisfazer completamente, só uma minoria de pessoas naqueles povos tinham acesso a telemóveis e ao Facebook ! O exemplo da Tunísia terá sido assim tão galvanizador ?
Que raio se anda a passar neste nosso mundo, perante os nossos olhos, sem que o percebamos bem ?
E como é que todos aqueles tipos da televisão sabem tudo e explicam tudo, AGORA, depois das coisas estarem a acontecer ?
Expliquem-me, amigos.
E já agora expliquem-me se as “leis” destes fenómenos facebookianos e SMSianos poderão vir a ser aplicáveis a Portugal, começando com esta coisa da geração à rasca ... Acham que sim ? Acham mesmo ? E depois ? Hem, e depois ? O inefável Passos Coelho e os caminhos das privatizações a la carte ?
Ou acharemos qualquer outra saída ??
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