quinta-feira, março 24, 2011

ALTERNATIVAS, PERDERAM-SE. GRATIFICA-SE QUEM AS ENCONTRAR.

Desde o início do primeiro mandato, em maioria absoluta, Sócrates mostrou que a sua ideia para governar Portugal era, no mínimo, insuficiente. Pessoa sem grande formação, em nenhuma área, tanto profissional como ideológica ou política, cedo se percebeu que as suas armas eram apenas e esencialmente a teimosia e a propaganda. Para além dessas características, também não demorou muito tempo a perceber-se que era extremamente ambicioso, autoritário e imune a valores imateriais como a verdade e a justiça.
Espanta que alguém com este perfil possa ter conquistado o PS, impondo durante anos a este partido um comportamento incoerente e ao sabor das circunstâncias, em nada dignificante para a história do partido. Indiferentes a tudo, os militantes deste partido permitiram a Sócrates, sem uma palavra, durante anos, as atitudes mais arbitrárias e sobranceiras que Portugal conheceu desde o 25 de Abril. Permitiram, espectadores indiferentes, que o PS, enquanto Governo, obrigasse este velho país a uma rota casuística, sem objectivos nem balizas, ao sabor do marketing e das circunstâncias.
Dono de uma personalidade semi-patológica, Sócrates confundiu completamente os fundamentos da governação, vendo inimigos cheios de privilégios em todos os sectores da função pública, desde os professores aos militares, vivendo na ilusão que o País o iria adorar por hostilizar estas pessoas.
Incapaz de uma percepção mais aguda para as questões do desenvolvimento de da economia, entrega estes sectores a gente sem chama nem inteligência, gente que confunde economia com negociatas e desenvolvimento com ruido propagandístico. As coisas não podiam deixar de aparecer à luz do dia : as duas grandes iniciativas de Sócrates nestes domínios, a “revolução tecnológica” e a aposta nas energias renováveis, deixaram um país a pagar ( lenta e penosamente ) os custos dos inenarráveis magalhães e de uma miríade de geradores eólicos espalhados por toda a parte, com custos crescentes para a energia consumida pelos portugueses. Noutros domínios, a desigualdade no país acentuou-se, a pobreza aumentou, os apoios sociais enfraqueceram. As pessoas sentem-se mal, o poder de compra baixou, o desemprego disparou, as falências nas pequenas empresas comerciais e industriais nunca aconteceram a um ritmo tão elevado.
Dizia ontem na Assembleia Francisco Assis, chefe da bancada parlamentar do PS, que o seu grupo parlamentar tinha um enorme orgulho em ter tido este Governo e este Primeiro Ministro. São opiniões, claro. Apenas pergunto : orgulho porquê, de quê ou em quê ?
Sejamos claros. Sócrates não faz a menor ideia do que deve ser governar. Pior do que tudo, não faz a mínima ideia de quem é e do que ( não ) vale. Age como se pensasse que é um predestinado, um governante hábil, um homem de rasgos e de audácias. Nunca se conseguiu ver a si próprio como de facto é, um ser humano mediano e pouco culto, sem nobreza nem verdade. Daí não viria ao Mundo grande mal, se o PS conseguisse ver a verdade. Infelizmente, muito infelizmente, não estou nada certo que isso venha a suceder.
Restam os portugueses. Esperemos que estes sejam capazes de responder à altura. Embora não se perceba bem qual deva ser essa resposta.
Alternativas credíveis, precisam-se.
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