sexta-feira, novembro 26, 2004

COERÊNCIA OU TEIMOSIA ? CORAGEM OU SUICÍDIO ?

Impressionante. Intrigante.
Não consigo compreender a persistência teimosa do PCP nos ultimos anos.
Será que a verdadeira questão, o verdadeiro objectivo daquele partido é a coerência com as posições anteriores ?
Será que a virtude extrema de um militante do PCP é permanecer cego e surdo a tudo aquilo que os rodeia ?
Não mudar é, em si mesmo, uma virtude ?
Como explicam os dirigentes do PCP que o partido tenha cada vez menos votos, cada vez menos influência mesmo nos estratos sociais de cuja origem se reclama ?
Que critérios usam esses dirigentes para aferir a adequação das suas opiniões e das suas propostas políticas ? Ou essa questão não os preocupa ?
Que estranho maniqueismo os faz considerar como traição ou colagem ao PS e à direita qualquer crítica interna, qualquer proposta de alteração e adaptação aos tempos modernos ?
Que raio de eficácia política ou social poderá ter um partido que está tão desajustado da realidade como se vivesse noutro país ?
Que estranho autismo os fará manter uma linha política que a história mostrou ter sido catastrófica e criminosa em tantos países do mundo ?
Que espantosa cegueira os faz ignorar os anseios e necessidades das camadas populacionais mais necessitadas e falar como se Portugal em 2004 fosse um país de operários e camponeses ?? Onde é que diabo estão esses gajos ?
E sabem o que é mais dramático ?
É que tenho a convicção de que seria muito importante para o país ter um PCP moderno e ajustado às novas preocupações. Um partido como o PCP seria um tempero indispensável numa sociedade demasiado liberal, demasiado centrada numa política de voragem de destruição, abdicação e rapina.
Um PCP revigorado e actualizado seria tão util ao nosso país como uma URSS, igualmente actualizada e democratizada, seria ao Mundo, em contraponto a uns EUA demasiado impantes e impunes.
Não se trata de trair seja o que for, ou de cedências ou de desvios ... trata-se apenas de inteligência, sensibilidade, capacidade de leitura da realidade e, talvez mais importante que tudo isso, trata-se de interesse genuino pelos mais desprotegidos da sociedade.
Tudo aquilo que Jerónimo de Sousa não vai ser capaz de fazer. Com a indispensável vénia de respeito ao homem que ele é.
Já o disse uma vez e digo-o hoje outra vez : mas porque é que o PCP devia ter um lider diferente, se os outros todos têm os que têm ?

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