sábado, dezembro 22, 2012

 O EXEMPLO DO BANQUEIRO PATRIOTA  

Em muitas e variadas ocasiões habituamo-nos a ver a figura pseudo-aristocrática, ligeiramente empertigada e pedante do presidente do Conselho de Administração do BES, sr Ricardo Salgado, produzindo afirmações sobre a actualidade política.
Uma figura daquelas que muita gente chamaria de "acima de qualquer suspeita".
Porém, quem lhe chamar isso erra profundamente.
Veio agora a lume, o senhor não resistiu a tanto imposto e  colocou a salvo, num qualquer offshore estrangeiro, uns milhõezitos de euros, ao que parece a título pessoal.
Sim, não se admirem, a título pessoal. Ou pensam que uma pessoa importante como esta não terá de seu uns míseros milhões de euros ?
Bem, seja como for, o senhor assustou-se com uma investigação em curso pela PJ e tratou de alterar a sua declaração de IRS e pagou o imposto em falta, ao abrigo de uma legislação caridosa, feita para senhores assim, em que apenas se paga 7.5% de imposto, uma coisa insignificante.
Ao que parece o sr Ricardo Salgado não foi considerado arguido de coisa nenhuma e irá brevemente, numa TV perto de si, tecer considerações sobre o elevadíssimo custo da mão-de-obra em Portugal e coisas congéneres.
Um mimo, esta estratégia. Primeiro, prevarica-se e depois, se a coisa der para o torto, paga-se o imposto devido e pronto, é como se nada tivesse acontecido. Claro que se a coisa não der para o torto ...
Este é o Portugal de 2012. Cheio de fulanos destes, com a complacência da justiça e das finanças. É com  Administradores bancários destes, bem como aqueles do BCP e BPN que iremos reconstruir o País ?
Quanto a mim, um destes dias ainda sou constituido arguido e levado a julgamento por ter protestado pelo roubo dos subsídios e agora pelo corte nas pensões ...

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