sexta-feira, dezembro 21, 2012

JESUS EXPULSA OS VENDILHÕES DO TEMPLO

Chega Dezembro, as árvores despem-se, a chuva, a neve e o frio tomam conta das montanhas, dos campos e das ruas das cidades. Os homens agasalham-se, acolhem-se a fogueiras, lareiras e aquecedores. Acendem-se luzes, animam-se as almas, renovam-se esperanças. Começa a sentir-se o Natal, a solidariedade surge nas palavras que lançamos ao vento.
Trocam-se votos, compram-se prendas, prepara-se a ceia, redescobre-se a alegria de viver.
É assim todos os Natais.
Era assim em todos os Natais.
Neste Natal, não. Neste Natal não vai haver alegria na ceia para milhares e milhares de pessoas. Desempregados, despojados, roubados, sem abrigo, sem esperança, todos somos este ano um pouco náufragos neste mar enraivecido e traiçoeiro.
Não há grandeza nem amor nem abraços solidários entre todos nós, neste Natal. Vivemos uma época de luto, de luta, de tristeza. Os céus estão negros, o vento assobia, não há luzes nem música nem esperança.
Neste Natal, não me apetece saudar o nascimento de Jesus. Prefiro saudar o Homem, ou o filho de um Deus, que, num gesto silencioso e frio, indignado, expulsou do Templo os comerciantes que tudo vendiam, indiferentes ao local e ao respeito que o mesmo lhes devia merecer.
É esse Menino que prefiro saudar, neste tempo em  que tantos vendilhões invadiram o Templo, de novo.
Um abraço, amigos. Havemos de conseguir, basta seguirmos o exemplo do Menino.
.
.




Sem comentários:

Enviar um comentário