quarta-feira, julho 21, 2004

A LIBERDADE DE USAR A INTELIGÊNCIA

Acabei de ver uma entrevista de Maria João Avilez a Pacheco Pereira e apetece-me dizer : vivam a inteligência, a honestidade intelectual e a liberdade de espírito !
Pacheco Pereira não é um homem da minha família política ; contudo, oiço-o sempre com um prazer imenso, mesmo se dele discordar, em parte ou no todo. Isto não me acontece com muitas outras pessoas, infelizmente.
Não é apenas a lucidez da análise e a facilidade de expressão, é também, e provavelmente antes de mais, a enorme sensação que transmite da sua liberdade de pensamento. Quando fala, é ele que fala, não um partido, um grupo económico ou um sindicato. A verdade é que todos estes anos me cansaram de frases repetidas, de ideias estereotipadas, de escravizantes opiniões de grupo. Agrupar as nossas opiniões e os nossos comportamentos, cristalizando-as em partidos, sindicatos, clubes de futebol ou outras coisas semelhantes, tem inegáveis vantagens na viabilização de uma sociedade plural e democrática, é verdade. Mas é também uma espécie de tirania intelectual e algo profundamente redutor para o espírito humano.
Por isso gosto das pessoas, como Pacheco Pereira, que se vão libertando do jugo das opiniões de grupo pré-definidas, nunca desistindo de ser livres e inteligentes.
Claro que nem todos o podem ser, nem todos o devem ser, nem todos o querem ser.
Contudo, é importante, muito importante, que existam pessoas assim.

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