terça-feira, janeiro 17, 2012

A ETERNA ARTE DO TEATRO DE FANTOCHES

Por vezes tenho a sensação de que Portugal não é um país verdadeiro, é antes uma espécie de teatro de fantoches que se desenrola perante os nossos olhos incrédulos e cansados. Os fantoches, perdão, os intervenientes falam com grande entusiasmo de feitos extraordinários e de acontecimentos importantes e eu não consigo sequer saber de que raio falam eles. No teatro de fantoches da minha infância, pelo menos, eu percebia os "bonecos" e aplaudia quando o herói dava umas valentes pauladas no malandro da fita. Agora suspeito que sou eu e os outros desgraçados como eu que levam as pauladas, mas eles, no palco, falam de coisas malucas que eu não entendo.
Gritam eles que conseguiram um grande acordo para o aumento da produtividade e da competitividade ( das empresas, decerto ) porque ... vão fazer as pessoas trabalhar mais alguns dias por ano e vão poder despedir quem bem entendam. É aqui que deixo de os perceber : mas como é que raio isto vai aumentar a competitividade e a produtividade ? Mas em tempo de trabalho os portugueses não são já dos que mais tempo trabalham ?? Então ... como é que ?
Não, só pode ser um teatro de fantoches, ainda por cima com um guião mal escrito.
Mas a competitividade não é uma função de múltiplas variáveis, tal como aprendi na minha Economia, que começa nas técnicas de gestão, nos equipamentos, na formação profissional dos trabalhadores, para já não falar do produto, da natureza e qualidade daquilo que se produz, das mais valias que são acrescentadas no processo da produção ??
Então a produtividade e a competitividade afinal dependem apenas de se trabalhar mais ou menos dois dias por ano ? Ou de se poder despedir uma gaja porque demonstrou a sua evidente inadaptação ao posto de trabalho quando recusou dormir com o patrão ?
Afinal, esta gente anda toda a gozar connosco quando falam destas coisas e mandam estas bocas tolas e incompetentes ?
A única coisa que se safa, no meio desta pobreza intelectual e desonestidade profissional, é o estilo "art nouveau" do sr ministro da economia, que esse pelo menos faz-me rir, com as suas histórias de pastéis de nata e coisas assim.
Óh meu Deus, para a próxima não fico aqui parado a ver esta barraca de teatro de fantoches, não prestam mesmo para nada !

Sem comentários:

Enviar um comentário