sábado, março 01, 2008


OS FAMOSOS E AS CAUSAS HUMANITÁRIAS
De há uns anos para cá, as Nações Unidas têm recorrido aos célebres deste nosso mundo para missões de ajuda humanitária.
Trata-se de uma actividade que essas pessoas abraçam empenhadamente, segundo parece.
A minha proposta de hoje é aproveitar essas actividades para suscitar uma discussão, muito simples na sua formulação, mas que pode servir para mostrar como é difícil, tantas vezes, formar uma opinião fundamentada sobre a realidade.
Antes de mais, notemos que os factos apresentam diferentes valorações consoante o local onde nos situemos :

- Se estivermos do lado das Nações Unidas, a medida é inteligente e não duvido que tenha algum impacto : a notoriedade dos e das embaixadoras escolhidas garante a presença nos meios de comunicação de todo o Mundo do problema para o qual se pretende chamar a atenção ;

- Do lado das celebridades escolhidas, o terreno é mais movediço. Podemos admitir que algumas dessas pessoas sejam sensíveis, de facto, às atrocidades humanitárias que presenciam; ainda assim, parece insofismável que para eles advém igualmente um acréscimo de popularidade, potenciada pelo facto de se tratar de uma actividade que a opinião publica valoriza grandemente ;

Após esta análise, poderemos afirmar que, com estas iniciativas, todos ganham ? As Nações Unidas, as vítimas das atrocidades e ... as próprias celebridades.
Assim parece.

E contudo, porque é que ainda sinto uma certa crispação quando leio notícias destas ?
Então, hoje, neste Mundo maluco e desnorteado, para que uma causa justa seja conhecida, para levar as pessoas a preocuparem-se com o que se passa á sua volta, é preciso ouvirem a Angelina Jolie ou o Brad Pitt ou a Maddona a falar disso ?

Valha-me Jesus Cristo, que apesar de tudo, dentro das celebridades, ainda é aquela que mais admiro e em quem mais confio : tem outros méritos, não faz filmes, não canta e, ao que parece, nunca foi a Hollywood.

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