quinta-feira, fevereiro 28, 2008

O GAMANÇO EM BANDA LARGA

No Portugal de hoje, a unica coisa genuina é o gamanço. Nunca vi tantos a sacar como agora. Em toda a parte. Empresas publicas e privadas, a unica diferença é onde se saca, se no bolso do povo em geral se no do accionista. O saque é contínuo e atingiu o nível do despudor, ou seja, em Portugal , sacar deixou de ser mal visto em sociedade. Perdeu-se a vergonha. Não se hesita em subir escandalosamente os vencimentos, nos conselhos de administração, para quantias que fariam corar de vergonha qualquer pessoa, há bem pouco tempo. Oferecem-se milhões de euros para que os cirurgiões operem, para que os médicos das unidades de familia trabalhem, enquanto em contrapartida se mantêm os outros funcionários sem aumentos nem promoções há anos. Um ministro despacha uns problemas da Iberdrola e logo após o fim do seu mandato vai para administrador da mesma Iberdrola.Temos um responável do nosso banco central a ganhar muito mais que o seu congénere nos EUA. Há cidadãos impedidos de se reformarem, porque ainda não têm não sei quantos anos ou não sei quantos anos de serviço, enquanto outros acumulam várias pensões, bem boas por sinal, arranjadas em meia duzia de anos de serviço aqui e acolá.
No Governo, gastam-se anualmente uns bons milhões de euros a pagar estudos, projectos, assessorias a empresas privadas, enquanto os serviços do Estado que poderiam desnvolver esses trabalhos são desprezados.
Pedem-se sacrifícios ao povo, enquanto esse mesmo povo lê, atónito, que o senhor fulano tal levou 10 ou 20 milhões de euros de indemnização, quando saiu do banco. MILHÕES, amigos, MILHÕES.
Fica-se banzado, não é ?
Quem são estes gajos, estes supra-sumos, estas inteligências avassaladoras ? Quem é toda esta gente apressada, venal, sem vergonha, criaturas cinzentas, de olhar esconso, mãos velozes e dissimuladas, ávidos, a salivarem, empurrando-se uns aos outros por mais um tachozito ?
Quem são, afinal, estes senhores ?
A resposta é simples : são, apenas e tão sómente, vulgares saqueadores.
Ou rapineiros, se preferirem.
E nós, os outros, somos os saqueados, os rapinados.
Ou parvos, se preferirem.

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