sexta-feira, fevereiro 22, 2008

A NOVA TRAVESSIA FERROVIÁRIA DO TEJO PARA O NOVO AEROPORTO DE LISBOA

Hoje vou dar a conhecer o trabalho de um grande amigo meu. O engº de aeródromos José Lopes, distinto oficial da Força Aérea Portuguesa, é um amigo de longos anos, companheiro de andanças várias e senhor de uma sólida formação técnica. Para além de tudo isso, é pessoa voluntariosa e ainda suficientemente bem intencionada para gostar da sua Pátria e lhe querer dar o seu esforço e contributo.
Deste modo - assim mesmo, sem desejo de honras nem proventos - resolveu dedicar tempo e massa cinzenta ao problema que está em cima da mesa, depois da decisão governamental de construir o Novo Aeroporto de Lisboa ( NAL ) nos terrenos do Campo de Tiro de Alcochete.
É preciso agora pensar nas ligações ao NAL, tanto ferroviárias como rodoviárias, e na(s) consequente(s) travessias do Tejo. Acresce que essas ligações devem ser pensadas em conjunto, obviamente, com o traçado das ligações do TGV para Norte, Sul e Madrid. E ainda, com a actual rede ferroviária da REFER.

Se dedicarem 5 minutos a este tema ( sei que não é dos tópicos mais agradáveis para uma boa digestão ... ) depressa chegarão á conclusão que há aqui muitas variáveis e portanto muitas soluções diferentes : a empresa responsável pela futura rede de alta velocidade ( a RAVE ) tem uma solução, implicando a travessia do Tejo de Chelas ao Barreiro, mas o meu amigo José Lopes descobriu uma solução mais simples e elegante : a travessia Olaias-Montijo, começando no alto das Olaias e terminando quase junto da margem sul da Vasco da Gama, perto daquela zona de serviço que lá existe, lembram-se ?

Pessoalmente, acho que a solução J. Lopes tem vantagens e olha para o problema de uma forma integrada, isto é, tenta encontrar um equilíbrio entre todas as componentes do problema.



Podem fazer uma ideia da solução, ao examinar a figura junto. Cliquem na figura e vê-la-ão ampliada em todo o écran, regressem depois a esta página, OK ?

Há alguns pontos a destacar nesta solução que agora vos apresento :



1) Liga todos os pontos importantes : Portela, novo aeroporto, TGV, rede clássica da REFER, etc ...




2) A ponte Olaias-Montijo evita qualquer problema ( como rebaixamento em tunel, sobre-elevação, etc ... ) de cotas sobre o Tejo, para salvaguarda dos canais de navegação, uma vez que parte, nas Oaias, da cota +50 ( 50 m acima do nível do mar ) e chega á margem sul á mesma cota da Vasco da Gama ( mais ou menos ), com um pequeno acerto na trajectória para não "incomodar" as operações aéreas da Base da Força Aérea no Montijo.


3) O trajecto Olaias-Montijo é mais curto que na solução da REFER ( que podem ver no gráfico seguinte ) ; o trajecto total até ao Novo Aeroporto é também bastante mais curto.


4) As ligações para Norte do TGV são redesenhadas, passando a correr, até Santarém, pela margem esquerda do Tejo, com melhores condições de orografia e espaço disponível.


5) A nova Estação Central de Lisboa, nas Olaias, onde confluem a rede clássica da REFER, na linha de cintura de Lisboa, o TGV, o shuttle para o novo aeroporto e a rede de Metro passa a constituir o nó central de todas estas redes.



Enfim... é só vantagens, creio eu. Mas como não quero que "engulam" isto sem conhecimento de causa, vejam neste segundo gráfico o traçado proposto pela RAVE, incluindo a travessia Chelas-Barreiro.


Espero não vos ter aborrecido muito com este tema. Achei que era meu dever ajudar a divulgar as ideias do meu amigo, dado que se trata de um especialista nestas coisas mas que, apesar de tudo, não tem facilidade na sua divulgação.
Devo ainda acrescentar que esta proposta foi defendida pelo Engº Lopes no recente seminário que sobre este tema decorreu no LNEC, com a presença de todas as entidades intervenientes.

Se gostarem, divulguem o endereço do blogue pelos vossos amigos, OK ?
Um até breve e ... o meu obrigado !

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