sábado, maio 08, 2004

A APOSTA NA EDUCAÇÃO É UM IMPERATIVO DE TODOS ! URGENTE !

“As escolas não podem viver na permanente expectativa de uma nova lei, de uma nova reforma, de um novo currículo, de um novo modelo de gestão»
Jorge Sampaio, Presidente da República, declarações feitas hoje na Fundação de Serralves

Pois é. É isso mesmo e muito mais. De repente, descobrimos que os novos 10 países que vieram juntar-se a nós na Europa têm, todos eles, índices de literacia melhores que os nossos. Todos.
E mais : descobrimos, de repente também, que por este andar nos tornámos um país de ignorantes chapados que não sabem nada, não produzem nada e apenas gostam de comer, ver futebol, apanhar sol e fazer sexo. Actividades atraentes e altamente motivadoras, diga-se. O mal está em que, no mundo moderno, para se poder fazer essas coisas é preciso um pouco mais que ler mal e atabalhoadamente e dizer que 3 vezes 9 são 29...

Et voilá. E agora ? Como é que vamos inverter esta trapalhice completa ? Não vai ser nada fácil, não ...

Eis a minha sugestão :

1. Os partidos do Governo e da oposição devem atingir uma plataforma de entendimento mínimo quanto a este objectivo e assumir o compromisso solene de não utilizar a educação no combate político nem mudar as regras do jogo do sistema educacional num período de 10 (? ) anos, salvo consenso em contrário.

2. Toda a gente – MAS MESMO TODA, HEM ? – deve reconhecer que este é um assunto VITAL e INADIÁVEL. A questão começa por se jogar em casa, com pais que saibam ser pais e filhos a trabalhar e não apenas “numa boa”, em jogos de computador, internet e saídas até às quinhentas com 15 anos de idade !!!
O maior problema do insucesso na educação COMEÇA EM CASA, gaita ! É assim tão dificil perceber isto ? Deixamos os meninos fazer o que querem, nunca os disciplinamos, obrigamos, estimulamos, o que quiserem ... e depois queremos que os professores façam maravilhas de uma matéria-prima completamente estragada ??

3. Utilizam-se os currículos actuais. Ninguém altera mais nada.

4. Os senhores professores e professoras vão convencer-se, de uma vez por todas, que o seu papel é o de ensinar e não o de andar por aí a inventar uns vagos e poéticos “projectos” que outro objectivo não tem que fugir ao trabalho pesado e ingrato de ensinar. Deixem-se de “áreas escolas” e de outras patetices quejandas. Ensinem Português, Matemática, Física, Literatura, Línguas, Informática, o que quiserem, mas ensinem, por Deus. Até mesmo coisas como Ética, Civismo, etc ...
Não façam tanta reunião sem propósito nem eficácia, não divinizem tanto os paizinhos patetas que vão refilar às Escolas, não fujam tanto aos seus deveres nem os remetam para os pobres contratados, não discutam tanto as pseudo-justificações sócio-psicológicas para o insucesso escolar, não inventem tantos estratagemas para não dar aulas .... ENSINEM, porra ! E percebam que, para poder ENSINAR, é preciso paz e tranquilidade nas Escolas e evitar a demagogia de que os alunos é que são o centro do ensino ...

5. Os senhores Ministros, Secretários de Estado, Directores-Gerais e Regionais da área da Educação devem ser escolhidos SEMPRE por consenso na Assembleia da República e ser personalidades à “antiga portuguesa” : sabedores, empenhados, HONESTOS, dotados de grande ÉTICA PROFISSIONAL e POLÌTICA.
A eles recomendaríamos que deixem as Escolas funcionar, preocupem-se mais em dar-lhes meios e condições, promovam uma grande campanha motivadora de introdução de paz e tranquilidade nas Escolas, restituam aos professores a sua dignidade perdida e sejam com eles exigentes, em seguida.


Pensam que seria dificil ? Ahahahaha .... sabem que eu acredito que até seria fácil ? O que falta é a nossa VONTADE COLECTIVA !
Como sempre. Como Povo, somos medíocres, não sabemos funcionar em conjunto para grandes objectivos. Os exemplos da Expo e do Euro 2004 não servem, nem deviam ser para aqui chamados : estou a referir-me a grandes objectvos colectivos de um povo, não a ideias de meia dúzia de entusiastas sabiamente aproveitadas por empreiteiros civis e sociedades de promoção imobilária.
É preciso não confundir.
VAMOS À EDUCAÇÃO ?

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