domingo, maio 11, 2008


OS SALVADORES E OUTROS ARTISTAS

Hoje está um daqueles dias estranhos, cinzentos e infelizes.
Ainda por cima, acabei de ler o PÚBLICO, o que significa que fiquei com um nó no estômago. Há dias assim, cinzentos por fora e por dentro.
Já repararam como vai o mundo ? Zimbawé, Myanmar, para os que gostam do exotismo e da aventura, o nosso Portugal, para os mais comodistas que preferem a excitação local.
Traço comum ? O despudor, a inesgotável sede de poder, a enorme capacidade de avidez e rapinagem do ser humano. Descanse o leitor, não irei fazer nenhuma teoria geral da podridão humana. Apenas notar, uma vez mais, o que a ganância provoca no género humano.

Por cá, neste pequeno circo doméstico, nem sequer o pecado é grandioso. Como sempre, limitamo-nos a uma espécie de loucura mansa, tipo regresso de Santana Lopes-III ou o tabú de Alberto João Jardim.
Pior, sem dúvida, é a espécie de benemerência compulsiva de salvação nacional em que Sócrates se especializou. Não sei quem convenceu aquele ilustre senhor dessa sua qualidade, mas não há dia que passe sem mais uma das suas medidas salvadoras.
Indiferentes à salvação, obviamente distraidos, cada vez é maior o número dos novos pobres da classe média que não podem mais pagar as suas casas, ou uns litritos de gasolina para a carripana em segunda mão.
Medidas mal explicadas ao povo, sugerem os bem intencionados que acreditam em Sócrates...Pois, comento eu : como é que raio vão explicar a essa gente o que lhes está a acontecer ? Acham que eles vão aceitar as explicações ?

Tenha um bom resto de domingo, leitor. Se puder, emigre e ponha-se a salvo destes salvadores.

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