terça-feira, fevereiro 28, 2012

SEM MÁSCARA

Amigo leitor, finalmente sabemos quem é e o que pretende Passos Coelho.
A agenda escondida de que vos falei, em anterior escrito, apareceu à luz do dia.
Aí o temos, em todo o seu esplendor, o Estado garantia, como ele diz, em vez do Estado prestador de serviços.
Retire-se o serviço público, abram alas para o serviço-negócio. Muito mais barato, eficiente e, sobretudo, muito mais apto a encher as algibeiras de alguns.
Pormenores.
Quem quiser - e puder, claro está - que pague o hospital, a escola dos filhos, porque não a própria segurança, amanhã. A empresa erigida em Deus todo poderoso, o homem e a mulher promovidos a prestadores também, neste caso do seu trabalho. Ao mais baixo custo possível e se alguém o quiser empregar.
Como pano de fundo, o Estado garante. Não se sabe bem o quê. Provavelmente, garante que o trabalhador mantêm a cabeça baixa, sem fazer ondas. Deve ser isso.
Fantástica visão de um futuro moderno, num país como Portugal onde o tecido empresarial é tão pobrezinho e incompetente.
Simplesmente inacreditável.
Andava aqui todo o mundo convencido que o Estado tinha que ser interventor activo, num país tão marcado por desigualdades e iniquidades.
Mas não, foi preciso sair do seu casulo este homem, dotado de uma inteligência extrema e raro sentido de missão, para ficarmos todos a saber a verdade. Temos que caminhar para o Estado garantia, apenas.
Suspeito que a garantia do Estado, na visão de Passos Coelho, deverá ser do género da sua própria garantia, antes das eleições, de que não aumentaria impostos nem retiraria os subsídios de Natal e férias.
De qualquer forma, leitor, agora já sabe o que aquelas cabeças andam a congeminar. Nunca gostei de Sócrates, mas isto é diferente, isto é um ataque ... nuclear. Direito ao núcleo de um Estado social.
Não os deixemos concretizar estas ideias egoístas e perigosas, está bem ?
Ia para dizer : defendamos a dignidade do ser humano. Mas não digo, gosto pouco de jogar à defesa nestas coisas. Ataquemos, portanto, mostremos a esta gente que não queremos estes negócios. O país não é deles, por mais troika que lhes valha e por mais disparates que Sócrates tenha feito.
Acordem, companheiros, preparem-se para a luta.

Sem comentários:

Enviar um comentário