domingo, agosto 28, 2011

AS MORDIDELAS DA VIDA

Tenho um gato amarelo, de nome Pipoca. Ou melhor, é o gato da minha filha, mas sempre vivemos juntos. Gosto do gato, faço-lhe festas e dou-lhe petiscos, sobretudo depois de ele ter estado no hospital veterinário de S.Bento, assustadíssimo, com uma crise urinária.
Pois bem, um destes dias, há quase três semanas, não o vi e dei-lhe uma valente pisadela no rabo. O bicho não foi de contemplações e ... zás, pespegou-me uma tremendíssima mordidela na canela. Os dentes dele entraram mesmo, acabei no Centro de Saúde, andei a antibiótico uma mão cheia de dias e ainda hoje tenho o pé inchado ! É verdade que o pisei, mas acho a reacção dele exagerada, para quem tão bem o trata.
Enfim, coisas de gatos, não é ?
Bom, também tenho uma amiga, pessoa com quem me relacionei há bastantes anos. Embora não seja uma relação íntima ( já foi ... ) tenho por ela amizade e já muitas vezes tive ocasião de a ajudar, em momentos difíceis da sua vida. Vai daí, um destes dias, pisei-lhe o rabo também ! Perdão, não foi bem isso, disse-lhe algo que a ofendeu muito, pelos seus padrões. Para mim, não foi nada de importante, mas ela reagiu como o Pipoca, o tal da foto : não me deu uma mordidela, mas deixou de me falar e quando tentei contactá-la ao telefone desligou-me o mesmo, raivosamente ...
De forma que ando nesta, ultimamente. Dou umas pisadelas e, em troca, recebo mordidelas de criar bicho !
Que hei-de fazer ? Deixar de pisar rabos ? Calar-me ?
Acho que não. As reacções exageradas tiram sempre razão aos seus autores. E, afinal, de uma forma ou de outra, seja o que for que façamos, acabamos sempre por levar umas mordidelas da vida, não é ?
Ah, é verdade, o Pipoca, pelo menos, nunca deixou de me miar ...

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