quarta-feira, outubro 29, 2008

SÃO COISAS ABERRANTES A MAIS, GAITA !

A verdade é que não sei para onde me virar. A realidade excede a ficção, nestes tempos. A minha capacidade de indignação é todos os dias posta à prova, a maior parte das vezes vejo-me obrigado a zangar-me em “multitasking”.
Foi o truque palerma de introduzir na proposta do OE2009 aquela aberturazita para as ofertas aos partidos em “el contado”, descoberta em primeiro lugar pelo Diário Económico (DE). Foi a história do telefonema imediato do nosso primeiro-ministro para o director do DE, explicando não sei o quê ou refilando com a “má vontade” do jornal. É o miserabilismo dos nossos empresários recusando o salário mínimo de 450 euros. São os ventos persistentes de estagnação ou mesmo retracção do crescimento económico. São as coincidências do ex-ministro Jorge Coelho ao aceitar o lugar de Presidente do CA da Mota-Engil e vai daí, meses depois, é só concessões do Governo à empresa, sejam no Douro ou no porto de Lisboa. É uma actuação destrambelhada, incompetente, ruinosa e autista do Governo no ensino secundário, na gestão dos hospitais e na rede de cuidados de saúde, no desprezo manifesto por aqueles de quem depende a segurança e a defesa. É a suprema ironia de toda a gente considerar como uma medida eleitoralista os míseros 2.9% “generosamente” oferecidos aos funcionários públicos, fartos de perder poder de compra nos anos passados, da ordem dos dois dígitos percentuais.

São todas estas coisas e mais o raio deste vento frio.

São coisas a mais, acho eu.

A continuar assim, ainda me dá um AVC, ou saio do País antes disso.
A alternativa seria inventarmos o nosso Obama, e, já agora, trocarmos também as nossas pseudo-elites por suecos, alemães ou mesmo … chineses. Lamento, mas é verdade.

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