domingo, outubro 21, 2012

MANUEL ANTÓNIO PINA ( 1943-2012 )

Era um homem da minha geração. Nascido no mesmo ano em que eu nasci. Nunca o conheci, nem sequer nunca o vi ao vivo, mesmo ao longe. O mesmo não digo das suas crónicas, tão largamente difundidas na rede, por vezes lidas no seu Jornal de Notícias.
Era das raras pessoas de quem eu tinha ( tenho ) inveja. Uma inveja saudável, acho eu, mas inveja ainda assim. Invejava-lhe a palavra lúcida, fácil, elegante e impiedosa para com tiranetes, mentirosos ou simplesmente corruptos. Invejava-lhe ( invejo-lhe ) a atitude desassombrada de homem do Norte, a simplicidade da sua maneira de ser, até o seu amor aos gatos. Gostava dele, eu que nunca na vida o vi. Gostava e gosto.
Este pequeno texto é a minha homenagem a este senhor da minha geração que agora nos abandonou. Ficamos mesmo mais pobres, sem ele. Há textos que não vão ser escritos. Há políticos pouco sérios que vão respirar melhor. Há uma grande lacuna sem ele.
É assim a vida, mas não devia ser. Para nosso bem. Para bem de Portugal, Manuel António Pina não devia ter-nos deixado. Vai deixar muita saúdade, descanse em paz. Gostaria de o ter conhecido e sido seu amigo.
Fica para depois de. Até lá.


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