domingo, outubro 31, 2004

FIM DE TARDE NA TRAFARIA

O Tejo estava hoje rabujento, quezilento, com má cara. O vento encrespava-o em pequenas ondas irrequietas e toda a gente sabe que ele, Tejo, não gosta mesmo nada desse mexe-que-mexe que o desgasta. O céu também não ajudava nada, indeciso entre o cinzento de chumbo e um branco sujo, ambíguo e pouco duradouro.
Ainda assim, fora do conforto do carro, o ar frio soube-me bem, na cara e nas mãos e o cheiro do Tejo inundou-me de reminiscências de outras épocas e outras felicidades. Eram cerca de cinco horas da tarde e a noite já espreitava, esta hora de Inverno é uma chatice tramada !
Enfim, conhecem a Tasquinha do Aires, na Trafaria ? Se não conhecem, deviam conhecer. Nada como uma saladinha de polvo ou uma morcela assada, acompanhada por um vinhito verde tipo turista mas que, assim mesmo, me soube muito bem.
Juntem ao Tejo e à morcela a companhia e a conversa alegre de pessoa amiga e terão um bom fim de tarde na outra margem do Tejo ...
Sabem lá vocês quão precisado eu ando desta frescura do Tejo e de uma risada simples, inconsciente e cúmplice !
Viva a morcela e o vinho verde a martelo da Tasquinha do Aires, caramba !

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