terça-feira, janeiro 06, 2004

À ESPERA QUE A CRISE PASSE ...

Ah, a CRISE ! O Monstro ! O dragão de sete cabeças ( não confundir com os dragões do Norte que esses só têm uma cabeça ) !!
Toda a comunicação social, nos intervalos da Casa Pia, pisa e repisa na CRISE. Pedem-se comentários a senhores sisudos e competentes, a presidentes de Bancos, a empresários, a simples passantes na rua : será que a CRISE vai terminar em 2004 ?? Hem ?? Ou só em 2005 ou 2006 ? Quando iremos ver o rabo da CRISE ?
Hum, talvez no 2º semestre de 2004, dizem os mais optimistas ou mais comprometidos com este Governo ! Não, só em 2005 se não for em 2006, diz outro, mais prudente, céptico ou filiado na oposição ...
Seja como for, é preciso esperar pelos bons ventos. É preciso esperar pelo que vier da Europa e dos EUA. Talvez, pá, tenhamos esperança ...
Caro leitor, mesmo que nada entenda de economia e da crise ( no que estará bem acompanhado, dá a ideia que o Governo também não ! ) não desanime e pense um pouco. Repare como tudo na nossa vida se passa sempre a ESPERAR alguma coisa !
Esperámos pelo D. Sebastião. Em vão.Esperámos que o 25 de Abril resolvesse os problemas económicos do país. Em vão. Esperámos que a integração europeia fizesse de nós um país moderno e com riqueza para todos. Em vão. Esperámos que o EURO ajudasse a Europa a competir no Mundo. Em vão, está tão alto que parece uma moeda alpinista, só prejudica. Esperámos que este Governo ( alguns de nós, alguns de nós ... ) resolvesse os grandes buracos financeiros do maléfico Engº Guterres. Em vão, está tudo na mesma ou pior. E agora ?
AGORA ESPERAMOS QUE PASSE A CRISE. Tipo esperar que passe a trovoada.
Já viram ? NUNCA FAZEMOS NADA ! LIMITAMO-NOS A ESPERAR !
E esta é a marca indelével da nossa maneira de ser. ESPERAR é que é bom. Pode ser que as coisas melhorem, pá !
Malta, que tal deixar apenas de esperar e começar a ajudar a sorte ? Que tal ( agora é convosco, senhores do Governo ) começarmos a ter políticas activas que ajudem o país a ser melhor ? Alguém conhece alguma estratégia nossa para sair da crise que não seja esperar ?
É que estou ( estamos, não estamos ? ) farto de esperar, farto de apertar o cinto, farto de ser um país pobrezinho, farto de papões como a CRISE, farto de ser parvo.
Ah, já me esquecia : também estou farto ( estamos, não é, leitor ? ) de ser só eu a pagar essa tal CRISE ! É que, a avaliar pelos salários de muitos gestores de empresas nacionais, publicas e privadas, iguais ou superiores aos seus congéneres europeus, parece-me que ou não há crise nenhuma ou ela é só para alguns. Os mesmos de sempre.

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